faz tanto tempo que eu não venho aqui que nem sei mais como é que se faz pra escrever num blog. ok, pra se escrever de verdade, não só falando das minhas finanças (que estão muito bem nesse mês, aliás, obrigada pelo interesse). eu tenho feito, lido, assistido, escrito, enviado e sentido muitas coisas; seria mentira dizer que eu não tive tempo pra vir aqui (o que eu também fiz um monte foi procrastinar), mas digamos que eu não tinha a energia, ou só que não era o momento certo. mas como momentos certos são uma grande ilusão e eu estava com saudades, cá estou eu.
eu estou surpreendentemente bem, apesar de muitas notícias e acontecimentos que me tiraram do chão nos últimos tempos, e de uma crise depressiva que quase puxou o meu tapete no pior momento possível — agradecimentos especiais à minha psicóloga querida e também ao meu psiquiatra por não deixarem que isso acontecesse. como eu saí de vez das redes sociais, senti muitas vezes a falta de alguém com quem discutir essas coisas.
crises são engraçadas, porque te deixam extremamente necessitada de falar e, ao mesmo tempo, com a completa certeza de que todo mundo tá ocupado demais pra te ouvir. vai entender.
enfim; coisas aconteceram, e estou tomando um milhão de remédios porque, aparentemente, minha falta de energia era metabólica: deficiência de vitamina D, de vitamina B12, e cortisol baixo. segundo minha endocrinologista, tudo contribuindo pra que eu me sentisse como o zumbi do filme abracadabra. no entanto, a segunda dose da vacina está oficialmente atrasada, o que me deixa meio triste, uma vez que eu só queria ELA: a picada fatal (pro vírus).
é engraçado como tudo parece o fim do mundo quando acontece e, aos poucos, a
gente vai percebendo que talvez não seja tão o fim do mundo assim.
é claro que isso depende de uma certa estabilidade emocional e psicológica, o
que eu tive a sorte de ter, mas é bom saber que a maioria dos acontecimentos
não é tão assustador quanto parece. minha mãe foi diagnosticada com câncer de
mama, e foi uma montanha russa de emoções e desesperos e
meu-deus-como-é-que-eu-vou-lidar-com-isso, até convencê-la de que eu
tava ali e ia às consultas com ela e, depois de algumas broncas, a situação se
acalmou um bocado; a médica foi maravilhosa, as cirurgias foram um sucesso, e
em breve vamos saber mais sobre o tratamento. é estranho falar disso aqui,
porque
tanto me deparei com o fim do mundo que peguei uma toalha e fiz um piquenique lá mesmo, já que não tinha pra onde ir. a gente aprende a tirar o melhor das piores situações, eu suponho.
eu meio que dei uma pausa nas minhas leituras — as últimas foram a trilogia de sombra e ossos, do grishaverso, mas confesso que pra mim foi difícil ler, já que a trama e as personagens me faziam querer tacar o livro longe a cada 15 minutos. para a surpresa de absolutamente ninguém, fiquei triste quando terminei de ler, porque nada como uma série muito ruim pra nos distrair das dificuldades da vida cotidiana.
o próximo livro que eu comecei a ler foi teto para dois, da beth o’leary. nota: leiam teto para dois. meu deus, que livro maravilhoso. engraçado, emocionante, nada besta mas ainda assim besta o suficiente. eu descobri que amo a beth o’leary, porque acabei esse livro e fiquei destroçada, até que minha amiga lu me disse para ler a troca, também dela.
é um livro com velhinhos. um livro. com velhinhos.
atenção, isso não é um treino.
descobri que meu novo gênero favorito é “livros com velhinhos”. será que alguém poderia por favor criar o gênero coming of (old) age?
cartas!! tenho recebido e enviado cartas, várias cartas, inclusive pra um monte de gente daqui; vanessa, lê (saudades dos blogs das duas. inclusive, saudades de vários blogs que entraram em hiato quase que ao mesmo tempo e me fizeram pensar que a desgraça atinge mesmo todo mundo ao mesmo tempo), nic, uma correspondente aqui mesmo da minha cidade, minha avó, a galera toda. escrever cartas não deixa de ser uma das minhas coisas favoritas. inclusive, querendo, é só me deixar um comentário que eu te mando um e-mail — receber uma carta que não é do banco ou de alguma propaganda maluca é gostoso demais.
vocês já jogaram undertale? nota: joguem undertale. pelo amor de deus. se você gosta de histórias divertidas, jogos relativamente simples e engraçados e precisa de uma distração, JOGUE UNDERTALE! eu amo esse jogo como uma mãe ama um filho.
caso você já conheça undertale e esteja balançando a cabeça afirmativamente e dizendo sim para o que eu disse no parágrafo anterior, provavelmente já ouviu falar ou até já jogou deltarune, que é o novo jogo do mesmo desenvolvedor. eu tinha jogado o capítulo um, e estava economizando o capítulo dois pra quando precisasse. aí, nessa última semana, eu joguei o capítulo dois.
rapaz. rapaz.
eu nem sei o que dizer. jogos muito bons. sensos de humor maravilhosos. eu amo joguinhos.
ok, vamos falar de séries: eu finalmente assisti the haunting of hill house e the haunting of bly manor, depois de assistir missa da meia-noite com a minha mãe (carinhosamente apelidada por mim de “a missa do capetão”.
gente. gente.
eu gosto muito de coisas com a temática terror/suspense que realmente conseguem usar todo o potencial do que é o suspense e como ele se transforma em terror. dito isso, não achei nenhuma dessas duas séries realmente de terror — as duas vão muito mais pra um lado de drama, e eu estou muito feliz de ter deixado pra assistir só depois de ser cativada pela outra série lá do mesmo diretor. mike flanagan, meu senhor, parabéns.
não vou falar muita coisa, mas vou dizer que vale a pena assistir, se você já não assistiu. e, caso você tenha medo, elas não assustam. confia no pai. e, por favor, venha gritar aqui quando terminar de assistir (dica: assista com alguém. você VAI querer comentar).
e é isso. nesses últimos meses eu tenho chorado, rido, caído e levantado um bocado de vezes; quero continuar me levantando. quero continuar passando por mudanças e tendo razões pra rir, quero continuar insistindo em tornar o capítulo presente da minha vida um que eu sinta prazer em reler depois de um tempo. tenho sentido saudade de vocês, tenho tentado fazer o que é melhor pra mim e tenho começado a mofar devido à chuva constante em minas gerais (socorro). também tenho sofrido com o meu cabelo, que não tá nem-pequeno-demais-e-nem-grande-o-suficiente, e com as minhas mãos que aparentemente estão ásperas e secas, mesmo que a umidade do ar esteja lá em cima. vai entender.
espero que vocês também estejam bem! por favor, me ajudem a pedir um sol pras minhas roupas secarem no varal, porque não tá fácil pras donas de casa. beijos, câmbio e desligo!