quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

 


eu sei, eu sei: tô dois meses atrasada, e vocês nem sabem, mas também totalmente repreendida pelo #umanosemfazercompras. acontece que eu entrei de férias em novembro, viajei, me vacinei, quase encontrei a lê... enfim, aconteceu um milhão de coisas e acabei não vindo contar, porque queria fazer jus a tudo o que aconteceu. só que eu nunca conseguia um tempo e foi ficando, ficando... resolvi criar vergonha na cara e vir aqui atualizar esse projeto, pra poder contar tudo o que rolou com um pouco menos de culpa, risos. então vamos a outubro:

✶ gastei mas foi ok:

  • mandei ajustar umas roupas na costureira
  • máscaras PFF2
  • diversos rubens (ubers) por motivos de força maior
  • passagem pra são paulo

✶ gastei e chorei:

  • comprei um pijama e uma calça confortável pra viajar
  • ifood (eu praticamente só pedi açaí, ô dor)
  • dei cápsulas de café de presente pra mamãe

outubro até que foi tranquilo... pelo menos em relação a novembro, quando eu entrei de férias. aí, colegas, foi quando a porca torceu o rabo (perdão, porca):

✶ gastei mas foi ok:

  • máscaras descartáveis
  • saídas em geral pra comer (afinal, foi a primeira vez que eu viajei em muito tempo, e eu estava de FÉRIAS!!!)
  • minha tatuagem combinando com a luisa!!
  • transportes em geral em são paulo (metrô, uber, ônibus, a coisa toda)
  • veterinário pro passarinho novo (SIM!!!) e comida pros meus filhos piantes
  • uma armação de óculos, pois eu sou uma velha senhora que trabalha olhando pra telas e meus olhos estão cansados.
  • um livro na magalu pra minha mãe (um achado, pois enorme, folhas gostosas e capa dura por trinta reais!!)
  • uma bolsa pro meu kindle (sim, agora eu tenho um kindle), porque eu preciso levar ele pros lugares sem o perigo de riscar!!
  • um monte de wasabi pra minha mãe (que ama wasabi e come como se fosse, sei lá, ketchup)
  • assinatura do meu app de finanças, que está me auxiliando nessa tarefa de controlar tudo o que gastei e não gastei e que passou a ser pago, mas vale a pena

✶ gastei e chorei:

  • carimbos na loja do veio na mala, em são paulo, que eu encontrei totalmente por acaso enquanto passeava com minha grande amiga pessoal luisa
  • alguns jogos no google play store
  • coisas de papelaria na haikai e na fancy goods (ai ai, dor (pagar). ai ai, prazer (pegar). consegue distinguir?)
  • maquiagens
  • roupas. sim. mas uma salopete com 50% de desconto!!! e uma camiseta da vagabanda!!! mas mesmo assim.
novembro foi um mês muito doido, eu saí bastante pra andar, fui comer, então o dinheiro foi embora que nem água. em compensação, esse mês as coisas estão mais tranquilas e eu estou controlando os gastos como nunca antes (me perdoa, cofrinho!!!!). quanto às outras coisas, logo menos eu apareço por aqui e conto mais sobre como foram as minhas férias e como tá a minha vida (e mostro minha tatuagem nova!!!). beijas!

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

saudade e desgraça dá que nem chuchu na cerca

faz tanto tempo que eu não venho aqui que nem sei mais como é que se faz pra escrever num blog. ok, pra se escrever de verdade, não só falando das minhas finanças (que estão muito bem nesse mês, aliás, obrigada pelo interesse). eu tenho feito, lido, assistido, escrito, enviado e sentido muitas coisas; seria mentira dizer que eu não tive tempo pra vir aqui (o que eu também fiz um monte foi procrastinar), mas digamos que eu não tinha a energia, ou só que não era o momento certo. mas como momentos certos são uma grande ilusão e eu estava com saudades, cá estou eu.

✶ ✶ ✶

eu estou surpreendentemente bem, apesar de muitas notícias e acontecimentos que me tiraram do chão nos últimos tempos, e de uma crise depressiva que quase puxou o meu tapete no pior momento possível — agradecimentos especiais à minha psicóloga querida e também ao meu psiquiatra por não deixarem que isso acontecesse. como eu saí de vez das redes sociais, senti muitas vezes a falta de alguém com quem discutir essas coisas.

crises são engraçadas, porque te deixam extremamente necessitada de falar e, ao mesmo tempo, com a completa certeza de que todo mundo tá ocupado demais pra te ouvir. vai entender.

enfim; coisas aconteceram, e estou tomando um milhão de remédios porque, aparentemente, minha falta de energia era metabólica: deficiência de vitamina D, de vitamina B12, e cortisol baixo. segundo minha endocrinologista, tudo contribuindo pra que eu me sentisse como o zumbi do filme abracadabra. no entanto, a segunda dose da vacina está oficialmente atrasada, o que me deixa meio triste, uma vez que eu só queria ELA: a picada fatal (pro vírus).

é engraçado como tudo parece o fim do mundo quando acontece e, aos poucos, a gente vai percebendo que talvez não seja tão o fim do mundo assim. é claro que isso depende de uma certa estabilidade emocional e psicológica, o que eu tive a sorte de ter, mas é bom saber que a maioria dos acontecimentos não é tão assustador quanto parece. minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama, e foi uma montanha russa de emoções e desesperos e meu-deus-como-é-que-eu-vou-lidar-com-isso, até convencê-la de que eu tava ali e ia às consultas com ela e, depois de algumas broncas, a situação se acalmou um bocado; a médica foi maravilhosa, as cirurgias foram um sucesso, e em breve vamos saber mais sobre o tratamento. é estranho falar disso aqui, porque 1) não é minha história e 2) eu evito falar dessas coisas, porque, como tenho aprendido, ninguém sabe reagir muito bem e a maioria das pessoas assume um ar solene, como se minha mãe estivesse prestes a cair morta a qualquer momento (ela não está). o lado bom é que temos mantido uma rotina ótima, apesar dos revezes, e minha mãe é uma companhia engraçadíssima.

tanto me deparei com o fim do mundo que peguei uma toalha e fiz um piquenique lá mesmo, já que não tinha pra onde ir. a gente aprende a tirar o melhor das piores situações, eu suponho.

✶ ✶ ✶

eu meio que dei uma pausa nas minhas leituras — as últimas foram a trilogia de sombra e ossos, do grishaverso, mas confesso que pra mim foi difícil ler, já que a trama e as personagens me faziam querer tacar o livro longe a cada 15 minutos. para a surpresa de absolutamente ninguém, fiquei triste quando terminei de ler, porque nada como uma série muito ruim pra nos distrair das dificuldades da vida cotidiana.

o próximo livro que eu comecei a ler foi teto para dois, da beth o’leary. nota: leiam teto para dois. meu deus, que livro maravilhoso. engraçado, emocionante, nada besta mas ainda assim besta o suficiente. eu descobri que amo a beth o’leary, porque acabei esse livro e fiquei destroçada, até que minha amiga lu me disse para ler a troca, também dela.

é um livro com velhinhos. um livro. com velhinhos.

atenção, isso não é um treino.

descobri que meu novo gênero favorito é “livros com velhinhos”. será que alguém poderia por favor criar o gênero coming of (old) age?

✶ ✶ ✶

cartas!! tenho recebido e enviado cartas, várias cartas, inclusive pra um monte de gente daqui; vanessa, lê (saudades dos blogs das duas. inclusive, saudades de vários blogs que entraram em hiato quase que ao mesmo tempo e me fizeram pensar que a desgraça atinge mesmo todo mundo ao mesmo tempo), nic, uma correspondente aqui mesmo da minha cidade, minha avó, a galera toda. escrever cartas não deixa de ser uma das minhas coisas favoritas. inclusive, querendo, é só me deixar um comentário que eu te mando um e-mail — receber uma carta que não é do banco ou de alguma propaganda maluca é gostoso demais.

✶ ✶ ✶

vocês já jogaram undertale? nota: joguem undertale. pelo amor de deus. se você gosta de histórias divertidas, jogos relativamente simples e engraçados e precisa de uma distração, JOGUE UNDERTALE! eu amo esse jogo como uma mãe ama um filho.

caso você já conheça undertale e esteja balançando a cabeça afirmativamente e dizendo sim para o que eu disse no parágrafo anterior, provavelmente já ouviu falar ou até já jogou deltarune, que é o novo jogo do mesmo desenvolvedor. eu tinha jogado o capítulo um, e estava economizando o capítulo dois pra quando precisasse. aí, nessa última semana, eu joguei o capítulo dois.

rapaz. rapaz.



eu nem sei o que dizer. jogos muito bons. sensos de humor maravilhosos. eu amo joguinhos.

✶ ✶ ✶

ok, vamos falar de séries: eu finalmente assisti the haunting of hill house e the haunting of bly manor, depois de assistir missa da meia-noite com a minha mãe (carinhosamente apelidada por mim de “a missa do capetão”.

gente. gente.

eu gosto muito de coisas com a temática terror/suspense que realmente conseguem usar todo o potencial do que é o suspense e como ele se transforma em terror. dito isso, não achei nenhuma dessas duas séries realmente de terror — as duas vão muito mais pra um lado de drama, e eu estou muito feliz de ter deixado pra assistir só depois de ser cativada pela outra série lá do mesmo diretor. mike flanagan, meu senhor, parabéns.

não vou falar muita coisa, mas vou dizer que vale a pena assistir, se você já não assistiu. e, caso você tenha medo, elas não assustam. confia no pai. e, por favor, venha gritar aqui quando terminar de assistir (dica: assista com alguém. você VAI querer comentar).

✶ ✶ ✶

e é isso. nesses últimos meses eu tenho chorado, rido, caído e levantado um bocado de vezes; quero continuar me levantando. quero continuar passando por mudanças e tendo razões pra rir, quero continuar insistindo em tornar o capítulo presente da minha vida um que eu sinta prazer em reler depois de um tempo. tenho sentido saudade de vocês, tenho tentado fazer o que é melhor pra mim e tenho começado a mofar devido à chuva constante em minas gerais (socorro). também tenho sofrido com o meu cabelo, que não tá nem-pequeno-demais-e-nem-grande-o-suficiente, e com as minhas mãos que aparentemente estão ásperas e secas, mesmo que a umidade do ar esteja lá em cima. vai entender.

espero que vocês também estejam bem! por favor, me ajudem a pedir um sol pras minhas roupas secarem no varal, porque não tá fácil pras donas de casa. beijos, câmbio e desligo!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

nóis tarda mas... bom... nóis falha também


menina do céu, e não é que hoje já é dia ONZE e eu me atrasei toda pra vir fazer o #umanosemfazercompras? mas tudo bem, eu cheguei. cheguei meio com saudade da galerinha dos blogs, mas quem sou eu pra falar, se a correria da vida me fez ficar maluca e desaparecer daqui também, né? enfim, vamos ao que interessa.

setembro é um dos meses com mais aniversários do ano, pelo menos das pessoas que eu conheço; é mãe, é primo, é tio, é amizade, é colega... tem aniversário pra dar e pra vender. e, bom, por isso (mas não só por isso) foi um mês meio pesado. a fatura do cartão olhou pra minha cara e disse RÁ RÁ RÁ, eu juro. em minha defesa, eu não gastei além do que podia pagar, apesar de ter dado aquelas escorregadas. e valeu a pena.

✶ gastei mas foi ok:

  • uma calça e um shorts que me coubessem (doei os que não me cabiam mais)
  • remédios (tá na categoria de coisas ok, mas dói no meu coraçãozinho)
  • presente pros meus tios
  • diversos rubens (ubers) por motivos de força maior
  • presente da minha mãe (que foi caro, mas valeu)

✶ gastei e chorei:

  • ifood (um total de 5 vezes no mês. rumo aí ao mês sem ifood, meu sonho)
  • besteiras no mercado (por favor arantxa coma uma jabuticaba um mamão uma banana sabe)
sofri? sim. mas foi um mês fora do comum dos meus meses, também. agora, me deem licença que vou ali me afundar nos meus cobertores e não gastar mais um centavo, enquanto me preparo pra contar pra vocês a surpreendente história de como eu vendi 10 dias de férias totalmente sem querer.

sábado, 2 de outubro de 2021

expectativa x realidade

a gente passa muito tempo pensando que sabe exatamente o que quer e como vai se sentir quando finalmente conseguir algo: um emprego, uma coisa, uma reconciliação. a gente sabe que não, mas age como se sentimentos fossem estáticos e viessem em caixas — essa situação me faz sentir felicidade, essa aqui raiva, essa outra tristeza. a gente pensa que é simples.

hoje eu me peguei simplesmente sem saber o que fazer, quando uma situação que devia ter me deixado feliz me deixou exatamente o contrário. a gente acha que sabe, que é só uma questão de acontecer exatamente como é esperado que aconteça, ação e reação; não é. eu me pego pensando, um nó em alguma artéria do meu coração, que queria que as coisas fossem, de fato, fáceis; que os sentimentos viessem um de cada vez, discriminados, deliberadamente encaixados em cada tipo de situação.

eu me peguei, hoje, querendo que alguém entendesse minha sensação de mais puro cansaço, de desistência, de contrariar o que todo mundo espera que se sinta quando alguém se encontra na situação em que eu me encontrei. a gente acha que pra resolver alguma coisa basta resolver, e não é bem assim; além de vontade é preciso diálogo, além de diálogo é preciso ações e além de ações é preciso consistência. a resolução é rotina, é se esforçar, porque se os problemas não são fáceis, é apenas lógico que as soluções também não sejam.

hoje, eu só queria poder falar com alguém que entendesse o que eu sinto por ter sentido também, por ter marcado na pele a agonia e a angústia e o cansaço e o senso de autopreservação. alguém que também se pergunte, será que é egoísmo?, apesar de saber que tomaria a mesma decisão um milhão de vezes. alguém que me fizesse sentir menos sozinha por me sentir exatamente o contrário do que eu achei que sentiria quando eu consegui algo que achei que queria.

a gente passa muito tempo pensando que sabe exatamente o que quer e como vai se sentir quando finalmente conseguir algo.

a gente não faz nem ideia.

domingo, 12 de setembro de 2021

as sete últimas leituras de arantxa carolina

ou: ler é bom demais

ultimamente eu tenho me sentido muito isolada e sozinha. é até meio besta falar isso, porque volta e meia eu repito a mesma frase e parece que nunca saí desse estado de solidão, mas não é exatamente assim. eu penso em vir aqui e falar com vocês, mas sabe quando você se sente... drenado? sem energia? eu me sinto sem muita energia pra gastar ultimamente, mas existe um momento na vida em que a gente só decide falar e escrever e se comunicar ou esse restinho de energia evapora ao invés de se manter ou, de forma milagrosa, aumentar.

não sei se é assim com vocês, mas pra mim, sim.

enfim. informações úteis: estou de férias! isso é bom e me dá tempo pra pensar e fazer coisas que eu gosto. mas, como poucas coisas são fáceis, uma crise que já vinha se armando quebrou na minha cara feito uma onda gigante, e isso torna o fator aproveitar as férias algo difícil de conquistar. mas estamos tentando, estamos tentando.

parte das minhas tentativas de aproveitar as férias é ler. meus motivos e motivações pra ler são, basicamente:

  1.   eu sinto falta de me envolver com tramas e personagens;
  2.  fui fortemente influenciada por vanessa e letícia, claramente Leitoras;
  3.  vanessa me mandou um livro de presente, e isso me deixou empolgada;
  4.  eu ando vendo vários vídeos do lucas barros, o que me dá muita vontade de ler.

além disso, eu estou sem coisas novas pra assistir, o que aumenta minha necessidade de entretenimento, e ler é algo que eu consigo fazer antes de dormir sem acender meu cérebro, ao contrário de mexer no celular ou ver algo no computador, por exemplo.

levando isso em conta, trouxe pra vocês algumas das minhas últimas leituras. deixei quadrinhos e releituras de fora, mas como esses fazem parte dos livros da minha Grande Pilha De Livros Não-Lidos, eu posso falar deles quando trouxer atualizações sobre ela. *risos nervosos*


se você me visse agora, cecelia ahern
esse foi o livro que a van me deu de presente, e que me fez ser fiel a ela pra sempre feito um elfo doméstico, porque foi algo extremamente fofo. a trama é um romance água-com-açúcar bem fácil de ler com toques de fantasia. foi a primeira coisa que eu li direito em muito tempo e, por ser uma leitura fácil, foi bem agradável e fácil.

amanhã você vai entender, rebecca stead
...aí, como eu estava empolgada, aproveitei e fui ver os livros que tinha no meu e-reader. eu fiz uma jogada bem esperta e não peguei nada muito complexo pra ler, preferindo algo mais juvenil, pra não me desmotivar. esse livro é muito gostosinho e tem um combo das minhas coisas favoritas: crianças, sentimentos, adultos legais e viagem no tempo.

cat person e outros contos, kristen roupenian
eu peguei pra ler cat person depois de uma amiga comentar que estava lendo o livro. é basicamente uma coletânea de contos desconfortáveis (porque não é exatamente terror e nem suspense) relacionados à época em que vivemos; alguns eu achei muito bons, outros nem tanto, porque tendem a ser crítica-social-foda demais. destaque pra “aquela que morde”, que eu achei divertidíssimo.

✶ ✶ ✶

estamos bem, nina lacour
estamos bem veio quando eu queria continuar lendo coisas mais juvenis, mas com um pouco mais de seriedade. a narrativa é meio confusa e tem muito (MUITO) drama, mas é uma leitura fluida, então serviu ao seu propósito.

rádio silêncio, alice oseman
rapaz. rapaz. quem me indicou rádio silêncio foi minha amiga luisa, e eu não fazia ideia do que sentiria quando lesse. é um ya coming of age, um dos meus gêneros preferidos. uma leitura muito gostosa, pungente nos momentos certos, que morde e assopra logo em seguida — pra então morder de novo. eu, honestamente, adorei ler esse livro.

a mulher que roubou a minha vida, marian keyes
eu comentei que estava relendo marian keyes por aqui, não comentei? pois bem. resolvi ler os livros dela que eu ainda não tinha lido, pra ver se seriam decepções ou não. esse livro inteiro é uma grande montanha russa e me deixou presa à história como se minha vida dependesse de entender o que tinha acontecido e o que estava acontecendo, mas achei o final extremamente corrido, o que me decepcionou. mas o que fica é que a leitura foi envolvente, então o que conta é a intenção, eu acho.

✶ ✶ ✶

um útero é do tamanho de um punho, angélica freitas
esse aqui foi um livro que eu ganhei do meu amigo andré, depois de ver um poema no blog da gabi. o estilo da angélica freitas é como se ela estivesse jogando facas em um pedaço macio de madeira: às vezes não pega, às vezes é impressionante, às vezes me deixa morrendo de rir. fazia tempo que eu não lia poesia, e eu não sei se não gostei tanto por isso ou só porque não bateu, mesmo.

um bestseller pra chamar de meu, marian keyes
uma coisa engraçada desse livro é que tanto ele quanto a mulher que roubou a minha vida falam sobre mulheres escrevendo livros, mas ele foi uma surpresa muito mais agradável. esse livro é meio maluco, mas é uma delícia de chick-lit — aquele livro que você lê quando quer se divertir e não se preocupar tanto, sabe? achei o final corrido também, mas como a trama era mais solta, isso não me impactou tanto.

os sete maridos de evelyn hugo, taylor jenkins reid 
gente. este livro. eu terminei de ler essa madrugada, porque simplesmente não consegui largar até chegar ao fim da história. já faz um tempo que esse livro (e a taylor jenkins reid) não saem da boca do povo, e ele estava baixado por isso; mas, como eu gosto de ler sem expectativas, acabei só pegando pra ler agora, quase um “por que não?”, sem nem ler a sinopse. e AINDA BEM. acho que esse livro me fez lembrar de como eu gosto de ler algo bem escrito e que me me envolve completamente. a forma de escrever da taylor jenkins reid é muito gostosa de ler, e por isso mesmo eu já estou lendo daisy jones and the six. pelo amor de deus, sabe.

✶ ✶ ✶

eu só queria dizer que sei que foram nove leituras, mas eu não resisti ao trocadilho. e, se vocês tiverem indicações de livro, é só deixar aí. quem sabe, né?

enquanto eu escrevia esse post, fui dar uma olhada nos posts novos de quem sigo e qual não foi a minha surpresa ao ver que a nicole postou sobre leituras também, além de a minha carta ter chegado!!! depois de ter viajado o mundo!!! estou emocionadérrima. e, por falar em cartas, provavelmente na semana que vem uma galera vai receber notícias minhas pelo correio! :^) hehehe. câmbio e desligo!

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

angry sadgirl core

(era isso o que eu esperava — e jamais conseguiria — da lorde)

my brain is poisonous / my body is a mess
my heart is hazardous / who could i be instead?
i tell everyone that i'm okay / but i'm ashamed
i’m afraid / and it all eats at me

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

é um pássaro? é um avião? não, é a fatura do cartão

 desenho de um porquinho sorridente. ele é um cofrinho e há uma moeda meio enfiada em um buraco nas suas costas. há um balão de fala com os dizeres "economize pelo amor de deus".


agosto foi um mês terrível em vários sentidos: notícias difíceis, momentos difíceis e mil coisas pra gastar em casa — não sei vocês, mas gastar dinheiro com coisas não-planejadas me causa uma dor quase física. provavelmente tem a ver com a minha ansiedade, que se baseia quase completamente no fato de que eu queria poder controlar o mundo e não consigo. basicamente: gastei horrores, mas até que foi menos com coisas supérfluas.

mesmo assim, chorei.

✶ gastei mas foi ok:

  • troca do filtro
  • farmácia (muitos médicos esse mês)
  • dentista
  • viagens de rubens novamente
  • compras de mercado

✶ gastei e chorei:

  • joias de piercing pra usar de brinco, já que minha orelha inflama com qualquer coisa que não seja hipoalergênica
  • coisas de papelaria pra colocar nas cartas
  • ifood (um total de seis vezes durante o mês, sendo que a última foi porque ninguém merece fazer almoço no fim de semana)
  • cremes pro rosto
  • 2 vestidos e 1 saia

em minha humilde defesa, eu engordei na pandemia e minhas roupas NÃO ME CABEM, e como tenho que sair pra ir a médicos/terapia, resolvi comprar algo que resolvesse minha situação de forma fácil. muito difícil esse negócio de precisar aparecer em público.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

a tradução ideal pra “pet peeve” é ranço

estava eu pensando ontem qual seria a tradução ideal pra pet peeve, e decidi que é ranço. o google diz que é “implicância”, mas e o ESPÍRITO de poder dizer que você tem RANÇO de algo? enfim. deixo vocês com uma lista, hoje, e talvez em breve uma atualização sobre os livros!! que eu tenho lido!!! beijocas ;^)

lista de pequenos ranços cotidianos

  1.  gente que faz barulho de madrugada e atrapalha o sono dos outros
  2.  quem chama as pessoas de “flor”, “amor” e derivados sem ter nenhuma intimidade
  3.  gente que dá pitaco na aparência/vida dos outros sendo que ninguém pediu
  4.  pessoas que Precisam Ser O Centro Das Atenções A Todo Momento e com isso me causam uma vergonha alheia inexplicável
  5.  a palavra mindset, quando as pessoas estão falando em português (praticamente um alerta de coach)
  6.  ter que sair correndo quando alguém passa perfume/desodorante por causa da minha rinite
  7.  RINITE!!!
  8.  não conseguir respirar pelo nariz e precisar dormir de boca aberta, correndo o risco de engolir uma aranha durante a noite (música do mister m tocando ao fundo)
  9.  quando o seu nariz escorre e você tá de máscara e na rua, e aí não dá pra assoar ou limpar e você é obrigado a ficar nessa agonia

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

a morte das expectativas

hoje, saiu o álbum novo da cantora lorde. assim como eu já esperava, não me segurou, pegou pelos pés e me pendurou de cabeça pra baixo até eu só conseguir pensar nas músicas. na verdade, nem me deu tanta vontade assim de escutar ele inteiro. talvez eu tente de novo outra vez. mesmo sabendo que eu já não tinha muitas esperanças pra um grande álbum representativo do zeitgeist, ainda existia aquele tantinho de expectativa de que, pelo menos, seria alguma coisa pra me animar.

ontem, eu recebi uma notícia muito difícil. difícil, desagradável, que me segurou, pegou pelos pés e me pendurou de cabeça pra baixo até eu não conseguir pensar em nada mais. eu ainda não sei como agir, o que fazer, como me comportar, como viver minha vida normalmente sendo que tudo parece virar de cabeça pra baixo logo que eu me recupero (ou algo assim) de um fundo do poço. eu esperava que fossem notícias boas, mas vieram ruins, e só me resta tentar dar um jeito na minha vida e na minha cabeça de novo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

às vezes, releituras são um erro

ultimamente eu tenho lido como forma de me anestesiar pro mundo — aquela coisa toda de viver uma outra história, se envolver com tramas fictícias, etc. etc. os primeiros livros que li foram livros que eu nunca tinha lido antes, mas aí me peguei querendo uma leitura confortável e decidi reler alguma coisa. o bendito escolhido foi um livro que do nada só apareceu na minha cabeça, mas que eu gostava muito quando era mais nova.

eu não sei se vocês já leram marian keyes.

não, deixa eu reformular: eu não sei se vocês já leram marian keyes, e, se sim, quando leram.

a verdade é que ela tem uma narração realmente envolvente, e isso é algo maravilhoso, porque eu sinto uma vontade enorme de não parar de ler. só que são livros antigos e um tanto quanto... difíceis. olha só, não vou dizer que sou a pessoa mais militante desse mundo, mas também não sou a pessoa menos militante. algumas coisas me incomodam mas eu consigo deixar passar, porque já segui a grande jornada das pessoas que se envolvem com feminismo na internet, que nada mais é do que dedicação fervorosa → revolta generalizada → depressão ao pensar que não dá pra mudar o mundo de uma hora pra outra → indiferença pra não ficar maluca. só que os livros da marian keyes às vezes têm uma quantidade tão grande de estereótipos que chega a ser meio irritante, e a vontade que dá é a de escrever um e-mail bem bravo dizendo mulher, pelo amor de deus, você não sente vergonha de ter escrito isso aqui não?

é claro que são livros datados, e de nada adianta a gente fingir que preconceito não existe ou não existia. o problema foi a minha invenção de reler justamente os livros que me dão raiva e descobrir que eu talvez tenha pegado birra de uma história que eu costumava gostar. como é que eu vou me distrair dos horrores do mundo lendo um livro em que a autora faz questão de apontar que uma personagem é gorda e que isso está diretamente ligado ao fato de que rela é incompetente, irritante, inconveniente e por aí vai? ah, vá. se alguém tiver alguma indicação de chick-lit com uma narração tão engraçada quando a da meg cabot ou da marian keyes, tirando os estereótipos e o preconceito descarado, estou aceitando.

outra coisa é que eu estava aqui hoje, tirando uma pausa no dia e me distraindo com pngs no pinterest (achei um link favoritado aqui no meu navegador, e é muito fácil me distrair na internet), e fiquei pensando: quando é que a vida deixou de ser simples? quando foi que salvar imagens no pinterest deixou de ser tão divertido, quando foi que coisinhas bestas deixaram de preencher o meu vazio existencial? talvez o vazio existencial só tenha surgido depois, e aí eu percebi que as coisas que eu fazia pra me distrair na internet não adiantavam mais. só sei que eu sinto falta de quando o pinterest era algo muito empolgante e que podia me prender por horas (talvez eu tente de novo. me aguarde, pinterest), o orkut ainda existia e eu podia jogar rpg por lá ou navegar de comunidade em comunidade (ai, que saudades). e quando eu ainda tinha meus dois blogs de moda preferidos existindo na internet. a vida podia não ser mais simples, mas pelo menos parecia.

e, além de tudo isso, eu não tenho gostado nada dos últimos singles da cantora lorde. não é que sejam ruins, é só que simplesmente não batem de jeito nenhum pra mim. como é que eu vou preencher o vazio existencial desse jeito? tá difícil, viu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

CAN WE STiLL BE?? - BiSH.mp3

eu tenho ficado um bocado de tempo sem aparecer por aqui, porque... não sei dizer exatamente o porquê. em parte, é porque eu não tenho tido (quase) nada de bom pra dizer, e não estava no humor de vir pra cá e despejar um monte de sentimentos estranhos e, em sua grande maioria, preocupantes; em parte porque eu queria falar com alguém, mas não queria receber nenhum comentário do tipo “jesus te ama” ou “eu sei que você está se sentindo mal e como se nada nunca fosse melhorar, mas as coisas vão melhorar!”. não que haja algo de errado com esses comentários — é só que eles sempre aparecem em péssimo timing, justo no momento em que eu só preciso desabafar sem ninguém dizendo que vai ficar tudo bem, e me deixam com ainda mais raiva do que eu já estou. agora que eu paro pra pensar, na verdade, esse segundo não é nem tão ruim, mas ainda me deixa com raiva, por motivos que eu não sei explicar direito. acho que é o tom de condescendência de bom, você está triste e isso faz parecer que é o fim do mundo, mas eu estou aqui pra te lembrar que não é. só que eu sei disso. e alguém me dizer algo assim só me faz sentir meio subestimada e burra.

(é nessa hora que eu tenho medo de falar isso e atingir pelo menos cinco pessoas que definitivamente não queria atingir, mas que vão pensar o inevitável será que é comigo? e talvez fiquem com medo de comentar. mas acho que meu medo de me tornar alguém incapaz de falar o que eu penso na internet por medo da reação alheia é maior, então eu falo)

nesse momento, eu estou com um monte de argila verde na cara, e acabei passando a argila em volta da minha boca de uma forma muito específica e que eu não sei explicar bem, mas que me deixa com um meio-que-biquinho forçado. é engraçado, e foi isso que me fez vir aqui escrever — o fato de que eu queria contar pra alguém, mas ninguém nos aplicativos de mensagem instantânea. ninguém em redes sociais. ninguém aqui em casa.

eu queria muito falar com vocês, especificamente.

eu sempre me convenço de que é inútil tentar explicar o quão mágico é, pra mim, ter encontrado as pessoas que eu encontrei aqui, nessa pequena bolha blogueirística em que a gente é quase que vizinho; penso em como eu me envolvi nos posts da masha e comecei a achar muita graça de como eu podia entrar cinco vezes no blog dela no mesmo dia, e nas cinco vezes ela teria mudado alguma coisa no layout; em como eu encontrei a vanessa e a letícia e foi como se eu topasse com duas pessoas muito simpáticas na faculdade, que me fizeram pensar instantaneamente que eu queria que fossem minhas amigas (acho que eu ligo muito essa ideia de amizades quase-que-instantâneas à faculdade, porque é um lugar com aquele propósito em comum: aprender, passar raiva, tentar descobrir o que é que vamos fazer das nossas vidas). em como eu encontrei o blog da nicole e enrolei pra ler, mas me apaixonei quase que de cara, assim que comecei a ler o que ela escrevia (e aí escrevi uma carta na qual eu dizia apaixonadamente que ficava muito feliz de ela também gostar do que eu escrevia, e tentava explicar que estava apaixonada por ela, mas era uma paixão assim meio de escritores que trocam cartas: uma coisa mais de amizade. e aí a carta nunca chegou, e eu ainda tenho esperanças de que chegue, porque meu coração é assim, mas provavelmente as palavras que eu escrevi e selei correndo pra não mudar de ideia e não passar vergonha nunca vão ser lidas por ela). em como eu leio o blog (e qualquer coisa, sério) da manie e é como se estivesse lendo algo tirado de dentro da minha cabeça... acho que talvez seja esse o ponto: coisas grandes e coisas pequenas, coisas que deixam tão claro o que eu tenho em comum com todas essas pessoas. de alguma forma, os nossos sentimentos se cruzam e dividem nuances, e eu não vou ser ingênua o suficiente pra dizer que isso por si só já constrói uma amizade, mas é como se fossem sinais perdidos de rádio captados depois de muito tempo, ou dedicatórias de livros que a gente encontra em sebos, ou baleias se comunicando embaixo d'água: é algo que me faz sentir, ao mesmo tempo, descobridora e descoberta. é como saber que eu não estou sozinha.

na semana passada, em que eu chorei ou evitei chorar pela maioria dos dias enquanto pensava que não tinha mais muita coisa que valia a pena na vida e que não tinha mais nada que eu gostava em mim mesma, eu pensei muito em vir aqui; responder comentários, comentar, estender a mão no escuro e ver se encontrava algum outro braço perdido por aí. não vim, não falei as coisas que estava pensando, continuei chorando ou quase-chorando sozinha. acho que, ao mesmo tempo em que a gente se fecha num casulo, a gente quer muito que alguém batuque na porta e mostre que entende, mas existe uma brecha muito estreita pra se passar, e a margem de erro — falar algo que faça a gente se fechar mais ainda, feito uma concha — é muito grande. a gente quer salvar, e ao mesmo tempo ser salvo; a gente quer destruir, mas ao mesmo tempo quer conforto. fico pensando se teria alguma coisa que alguém pudesse ter dito que diminuiria meu sofrimento na semana passada, ou na antes dessa, ou em qualquer um desses momentos. acho que nunca vou saber.

ultimamente, tenho cantado o alfabeto e músicas e qualquer coisa que me impeça de pensar. as coisas estão melhores, mas precisei voltar às sessões semanais de terapia pra dar conta de toda a raiva e o desespero que apareceram dentro de mim. eu me sinto fugindo de um fantasma que está amarrado em mim com um barbante: não importa o quanto eu corra, é inútil. e eu sei que é inútil. eu corro mesmo assim, porque a perspectiva de ficar parada é muito mais assustadora, e talvez seja isso que faz com que a vida continue. talvez seja por isso que a sina do lobisomem é correr pra fugir do destino, toda lua cheia. voltando ao barbante: eu sei que meus problemas não são resolvíveis, por ora, e sim gerenciáveis, de uma forma difícil e confusa. eu preciso aceitar que é impossível abraçar e salvar o mundo e não sentir todo o impacto na minha própria pele, e preciso aceitar que não dá, também, pra esperar que o mundo me proteja. mas é difícil, é tão difícil, e por mais que eu não precise mais recitar letras que impeçam minha mente de buscar sentimentos que eu não consigo suportar, ainda é como se minha linha de pensamento fosse um corredor enorme, em que eu passo meio correndo por algumas portas abertas; existem coisas desagradáveis sobre as quais eu preciso pensar, e existem outras para as quais eu não estou preparada. ainda, pelo menos.

eu tenho pensado em quem eu queria ser em certo momento da minha vida, em outras pessoas que existiam aqui e ali na internet e em quem eu e espelhava, mas que não me sentia diferente o suficiente pra alcançar. pompons no cabelo, óculos diferentes, roupas que contavam uma história que ia além da praticidade da vestimenta; tudo parece muito distante e perdido no passado. eu me pergunto se ainda quero ser aquela mesma pessoa. me pergunto se minha vida seria diferente se eu não tivesse receio de me colocar pro mundo da mesma forma que eu penso e escrevo: maluca, olhos esbugalhados, engraçada, sem roteiro. sem planejamento nenhum. escorrida do nariz, e às vezes do coração. em momentos como esse em que estou agora, eu me pergunto muitas coisas, e não consigo nenhuma resposta.

queria ter algo bonito pra dizer, algo que me fizesse sentir genial e merecedora de alguma coisa: cartas, amizade, amor, admiração. não tenho muita coisa. às vezes me esqueço de tomar o remédio depois do almoço, e tenho lido livros, mas não falado sobre eles com ninguém; estou assistindo um drama chinês que me faz sentir um pouco menos sufocada, mas não ter ninguém pra comentar me lembra, mais uma vez, do quanto eu estou sozinha. não tenho vontade de conversar com muita gente e quero desesperadamente falar com alguém que me entenda, que saiba o que eu estou passando porque passou pela mesma coisa, mas é como se anos-luz me afastassem da pessoa pra quem eu posso pedir algum alento, e eu não sei mais como cobrir essa distância. o mundo segue, as pessoas envelhecem, vivem, se afastam. às vezes eu consigo lidar bem com isso. às vezes é como se um pedaço enorme de mim tivesse sido arrancado e estivesse atrás de um vidro à prova de balas, e eu posso vê-lo, posso entender como está, mas é impossível alcançar. às vezes a gente não perde uma pessoa do jeito literal, mas a maneira como ela se esvai da nossa vida é ainda mais dolorosa. eu me pergunto se vou voltar a encontrar alguém que me entenda com tanto conhecimento de causa; se vou, algum dia, conseguir desatar o nó que me gruda ao fantasma de não conseguir lidar com meus próprios problemas. se eu vou descobrir quem eu quero ser, se vou ser quem eu quero ser, e se, um dia, eu não vou precisar fugir dos meus próprios pensamentos. são coisas que eu não sei.

são coisas que, por bem ou por mal, eu prefiro não saber.

___________________

p.s.: vou me dar a liberdade de excluir comentários que, como eu disse ali em cima, me façam sentir subestimada e burra. até pensei em desativar os comentários, mas se fosse pra falar sozinha, por que eu escreveria aqui, onde eu sei que alguém vai ler? pois é. agora deixa eu ir lá, tirar essa argila da minha cara.

domingo, 15 de agosto de 2021

sonhos malucos #1

nas últimas noites, todos os meus sonhos têm sido malucos — talvez porque eu esteja mal, e a minha cabeça tenta construir uma narrativa que me faça esquecer da vida. mas eles têm sido tão bizarros que chega a ser engraçado.

meus sonhos não são fáceis de explicar, feito os de algumas pessoas, porque eu frequentemente só acordo e fico remanescendo no sonho, meio aqui e meio lá. quando eu realmente acordo, já não me lembro de metade do que aconteceu, e fica meio difícil fazer outras pessoas entenderem o quão engraçado foi. de todo jeito, o sonho dessa noite:

eu era eu mesma mas, por algum motivo, troquei de corpo com ninguém mais ninguém menos que larissa manoela. ela estava numa viagem com os pais, uma irmã quase da mesma idade e um irmão mais novo (eu não faço ideia de como é a família dela, mas no sonho era assim). eles eram todos muito ricos — dinheiro vindo principalmente da carreira dela como atriz e influencer — e ela era muito metida, o que fez todo mundo achar esquisito quando eu comecei a ser a menina, já que eu, que não tenho nada de rica, não fui arrogante com ninguém. em determinado momento, eu e a família entramos num shopping em que cada andar correspondia a um animal, e eu tinha que me vestir como o animal e me enfiar no meio de animais e outras pessoas vestidas de animais, tentando chegar ao fim do andar pra passar ao próximo; em um andar eram girafas, no outro cavalos... foi uma coisa bem maluca. a irmã-quase-da-mesma-idade estava achando esquisitíssimo aquilo da larissa manoela estar sendo gentil e simpática, e toda hora tentava me “desmascarar”, pensando que a irmã estivesse tramando alguma coisa...

...e aí eu acordei. fiquei pensando se esse sonho também não tem relação ao fato de que eu queria ser qualquer pessoa menos eu mesma, ultimamente. minha cabeça não tem tornado fácil a função de existir... mas que foi engraçado, foi. eu acordei achando muita graça e rindo, pelo menos.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

hoje em dia tudo é curso

(eu ando cheia de vontade de falar um monte de coisas e, como estou sem usar redes sociais e não tenho ninguém em particular pra falar essas coisas, venho pra cá)

já repararam como hoje em dia, tudo é curso? dia desses fui fazer uma “imersão para entender e enfrentar o perfeccionismo” (só pela palavra imersão eu devia ter desconfiado. mas eu acredito na bondade das pessoas), e acabei não acompanhando a coisa quando os vídeos saíram, porque a crise (também conhecida como surto) bateu. agora, fui dar uma olhada, e a tal da imersão nada mais era do que uma porta de entrada para drogas mais pesadas: uma chamada pra fazer um curso e lidar com seu perfeccionismo, por quase quinhentos reais.

isso me incomoda um monte. parece que é a era dos cursos: sacuda uma moita e vão aparecer pelo menos trinta cursos que são perfeitos pra você, porque em algum momento alguém levou muito a sério a frase se conselho fosse bom a gente não dava: vendia. aprenda a lidar com sua baixa autoestima, melhore sua oratória, atinja o seu potencial e tenha muitas visualizações no seu instagram, destrave o seu sétimo chakra e finalmente seja feliz. é como se, além de me chamar de burra e incapaz, a internet agora colocasse milhares de atendentes pra me seguir enquanto eu vou passeando por aí, até que eu fique com vergonha ou intimidada e aceite fazer o cartão da loja.

brigada, mas tô só dando uma olhadinha, mesmo.

domingo, 1 de agosto de 2021

*barulho de máquina registradora*


desenho de um porquinho sorridente. ele é um cofrinho e há uma moeda meio enfiada em um buraco nas suas costas. há um balão de fala com os dizeres "economize pelo amor de deus".

(às vezes eu me pergunto: será que consigo fazer posts e não usar imagens que eu mesma fiz? porque é triste ter que usar sempre pngs pra ficar binito com o fundo colorido do blog, mas dá muito trabalho ter que desenhar esses negócios!!! é difícil a vida de uma preguiçosa.)

chegamos ao fim de julho — ele, o mês que parece que demorou três meses até terminar. eu ia dizer que achei que fosse ser mais fácil, mas também achei que ia ser mais difícil, então é um misto das duas coisas, porque eu sempre acabo dando uma ou outra deslizada por culpa do meu maior nêmesis: o ifood. mas, pro primeiro mês, acho que consegui dar uma boa diferença nos meus gastos anteriores (minha fatura do cartão tava sem condições, sério)!! continuemos assim pra ver no que dá.

e vamos ao que interessa!

✶ gastei mas foi ok:

  • conserto do guarda-roupa
  • dentista
  • curso de product research (não sei se conta, pois vou ser restituída depois)
  • umas três viagens de rubens, digo, uber, por situação de Bem Maior
  • farmácia
  • coisas pra passarinha maluca
  • uma calça pra fazer exercícios porque sem conds usar shortinho ultimamente

✶ gastei e chorei:

  • um trx pra fazer exercício em casa (foi um bom gasto, mas chorei mesmo assim)
  • ifood (pra afogar as mágoas de um mês difícil, mas bem menos do que normalmente eu gasto)
  • adesivos e coisinhas de papelaria (idem. chuif)

impressionante como a gente GASTA DINHEIRO!!! a vida adulta é muito doida e qualquer coisinha a gente já tá gastando 100 reais. céus. pro mês que vem, quero gastar pelo menos 20% a menos do que esse mês no cartão de crédito. nath finanças é minha pastora e nada me faltará!!!

quinta-feira, 22 de julho de 2021

queria ser bonita

e ter um pouco mais de vontade de viver nesses dias. queria não estar com problemas pra me olhar no espelho porque não quero lidar com o que vejo. queria largar metade das coisas que estou fazendo, porque estou muito cansada. queria tirar férias de três meses e dormir horrores e ficar tão entediada que a vontade de trabalhar seria espontânea. sei lá.

foto do meu rosto com rabiscos no olho, uma lágrima desenhada escorrendo pelo rosto e os dizeres "i don't really know who i am right now" (eu não sei ao certo quem eu sou nesse momento). vários rabiscos ao lado, com a frase "sei lá" repetida várias vezes, as onomatopeias "blééé" e "fuen", um "AAAAA" e desenhos de um coração partido, uma carinha triste, uma pessoinha com várias interrogações em volta e um olho.


domingo, 18 de julho de 2021

pedra na vesícula dos outros é refresco

antes de tudo, não precisa se preocupar: não estou com pedra na vesícula. essa é só uma das frases que a maravilhosa dona lurdes fala no finzinho da primeira fase da novela amor de mãe, que é o que eu venho assistindo já há algum tempo e que me proporciona algumas risadas e muito (muito!!!) nervoso.

ultimamente eu ando sendo uma bolinha de raiva. é problema por todo lado e tem muito pouco que eu posso fazer pra resolver, e isso me deixa com raiva — raiva de pessoas que não querem mudar, raiva de mim, da minha cara, do meu corpo, do meu cabelo, da desregulada que eu dei na minha alimentação, raiva do trabalho, raiva de gente sem noção, raiva dessa novela que só me faz passar nervoso, raiva de sentir raiva... raiva de tanta coisa que eu chego até a achar graça e pensar que sentir esse tanto de raiva é completamente fora da minha personagem. como é que pode, uma pessoa como eu sentir tanta raiva? mas, no fim das contas, ninguém é de papelão — eu não sou só uma faceta de mim mesma, e assim como consigo ser engraçadinha, amável e educada, eu também sinto raiva, choro antes de dormir e meto os pés pelas mãos. tento respirar e fugir desse mar de raiva que vem me puxando porque eu sei que nada é pra sempre e que, por mais que tenha um monte de coisa difícil acontecendo, eventualmente algumas coisas difíceis acabam e outras boas começam, mas é complicado. eu só queria mesmo um respiro.

✶ ✶ ✶

pequena anedota da vida cotidiana: fui tomar banho, pensando em todas as coisas que eu queria falar e que passei um bocado de tempo pensando se falava aqui ou não, justamente porque — e aqui eu abro as aspas mais escandalosas do mundo — “saía do meu personagem”. pensando em coisas que eu queria indicar (ou falar que gosto, porque, como já diz meu amigo thiago, longe de mim indicar; ou, como diria a nic, não gosto de indicar as coisas, eu gosto é de falar das coisas que eu gosto), em coisas que eu queria contar, fui me abaixar e simplesmente escorreguei no box do banheiro e caí toda atrapalhada, perna pra cima, joelho dobrado, braço pra cá, cotovelo pra lá. acabei me sentando no box e ficando por lá mesmo, derrotada pós-tombo no banheiro.

tomar banho sentada: indico.

✶ ✶ ✶

já que estamos no assunto... longe de mim indicar, mas:

  1. se você me lê, muito provavelmente vai gostar do para tudo, que é o podcast da lorelay fox. eu gosto de ouvir quando estou arrumando a casa, ou lavando o banheiro — fico ouvindo e rindo sozinha, com direito a risadas descontroladas que fazem minha mãe me perguntar se tá tudo bem comigo.
  2. o outro podcast que eu ouço (sim, eu só ouço dois) é o respondendo em voz alta, da laurinha lero. laurinha é outra que me faz rir muito e às vezes nem tanto, mas me faz sentir como se eu estivesse conversando com alguém muito parecida comigo. aviso que contém certas doses de niilismo, mas também tem um humor bem esquisitinho que eu adoro.
  3.  esse vídeo do ora thiago falando sobre luca, basicamente a mesma coisa que eu tinha conversado com um monte de gente: que o filme tem um subtexto lgbtqia+ sinistro, com toda a história girando em torno de pertencimento, ser quem a gente é e família. sou suspeita pra falar, porque eu amo todos os vídeos do thiago, mas vale a pena!
  4. dia desses finalmente criei vergonha na cara e terminei de assistir steven universe. eu já tinha terminado a série em si, e só faltavam os episódios de steven universe future, e lá fui eu ser INVADIDA por SENTIMENTOS e LÁGRIMAS enquanto assistia dez minutos de desenho animado. uma das maiores razões pra eu indicar steven universe pra todo mundo é a capacidade da equipe de fazer a gente sentir tantas emoções em tão poucos minutos de episódio. é lindo, é uma indicação velha, mas a chama da paixão se reacendeu quando eu fui assistir esse finalzinho, então: assista steven universe. e assista steven universe future também, vai, não custa nada.
  5.  uma das poucas newsletters que tenho lido (e que, ainda bem, também é um blog) é a da anna vitória, a no recreio. eu gosto muito da forma como ela escreve, e normalmente ela pensa e escreve sobre assuntos que eu também gosto de pensar. indico especialmente o último post até este exato momento, falso espelho, que fala um pouco sobre diferenças geracionais sem cair naquelas conversas chatas que a gente têm visto nas redes sociais.
  6.  dia desses eu parei pra assistir dois números do musical de meninas malvadas da broadway, e queria dizer que esse musical parece INCRÍVEL e que eu quero muito assisti-lo. são as músicas sexy e stop, e a atuação, a cantoria, a montagem de cena — é tudo lindo. faça um favor a mim e assista!!

✶ ✶ ✶

nos últimos tempos acabei assistindo uma ou duas temporadas de rupaul’s drag race que ainda não tinha visto, e isso fez com que o youtube me recomendasse um monte de vídeos sobre rupaul. acabei caindo num vídeo sobre a terceira temporada de all stars, que me deixou pensando sobre uma das minhas participantes favoritas de todos os tempos: bendelacreme (que funciona melhor com capitalização, então: BenDeLaCreme).

em tempos que a gente se pergunta se é bom o suficiente e se compara aos outros mais vezes do que escova os dentes em um dia, a jornada da ben me deixa muito reflexiva: ela entrou na sexta temporada de rupaul, sendo criticada principalmente por sempre estar dentro da mesma personagem — o que era justamente sua intenção. ben foi eliminada, ficando em quinto lugar (desculpa se estou dando spoilers pra alguém), mas voltou na terceira temporada de rupaul’s drag race: all stars. se provou extremamente consistente, ganhou inúmeros desafios e, em um dos momentos nos quais deveria decidir qual das outras competidoras eliminar, ben disse que essa era a decisão mais fácil que ela tinha tomado em toda a temporada e simplesmente eliminou a si mesma.

foi genial. foi, realmente, o crème de la crème da sua existência no reality show. ben não tinha voltado pra vencer: tinha voltado pra se provar como boa profissional no que fazia, e nisso ela foi bem-sucedida; venceu vários desafios e colecionou críticas positivas dos jurados. no entanto, ben não gostou do formato como as temporadas do all stars passaram a funcionar, fazendo as competidoras escolherem quem seria eliminada, e decidiu sair pelas suas próprias regras. isso é uma das coisas mais maneiras que eu já vi em qualquer reality show, porque é uma revolta contra todo o conluio de picuinhas entre participantes e coloca ben acima de toda a trama, acima de quem decidiu isso, acima dos jurados: ela não se submeteu ao que decidiram fazer no programa, e acabou saindo disso tudo muito maior do que entrou.

não tenho nenhuma conclusão pra isso, eu acho, só fiquei pensando em como bendela é maravilhosa e como isso foi a coisa mais anarquista que alguém já fez em um reality que eu tenha assistido. e talvez seja uma dica pra gente: pra quê se comparar e tentar existir pelas lentes de outras pessoas quando podemos ser exatamente quem a gente é? aliás: quando ninguém pode ser exatamente quem a gente é, e só isso já nos torna os melhores em ser a gente mesmo no mundo?

✶ ✶ ✶

uma pequenina atualização para a humanidade, mas uma GRANDE atualização para mim: terminei de ler o livro que tinha começado (o que a vanessa me deu de presente!!) e estou muito contente com isso!!!!!!!! percebi que estava com saudades de ler livros de historinha, em que vai acontecendo uma coisa atrás da outra e eu tenho pelo que esperar. infelizmente, minha lista de livros não-lidos não tem tanta historinha assim, foi o que constatei. de todo jeito, acho que vou ler alguns quadrinhos em seguida, e aí talvez a coletânea (?) da jane austen, que tem razão e sensibilidade, orgulho e preconceito e persuasão. se bobear eu também dou uma olhada nos livros do reader’s digest que tenho aqui, vai que tem alguma coisa lá que eu também não li, né. boa sorte pra mim!!!

outra boa notícia é que finalmente posso escrever uma carta pra vanessa (e responder todas as outras cartas que estão aqui e eu preciso responder, mas me falta tempo, energia ou simplesmente vontade) contando o que achei do livro!!! hihihi. lembrando que, se você quiser trocar cartas comigo, é só me avisar pelos comentários que eu passo meu e-mail e a gente combina essa história aí.

é isso. queria dizer que tava com saudades — do blog, de você aí lendo e rindo ou sofrendo junto comigo, de falar das coisas que eu gosto e das que eu não gosto e de transformar as maluquices da minha cabeça em frases que (quase) fazem sentido. obrigada por me acompanhar até aqui, se cuide, beba água e torçam por mim que essa semana que vem não vai ser fácil.

um beijo, um queijo e inté! <3

domingo, 11 de julho de 2021

eu não tenho um real

desenho de um porquinho sorridente. ele é um cofrinho e há uma moeda meio enfiada em um buraco nas suas costas. há um balão de fala com os dizeres "economize pelo amor de deus".

a vanessa tem um lance chamado um ano sem fazer compras, que eu decidir ROUBAR porque:

  • preciso economizar dinheiro
  • estou gastando muito com coisas que não preciso
  • eu fico comprando roupas. pra quê. roupa nova. NA PANDEMIA???
  • estou descontando minha ansiedade em compras (e comida) (que, bem, eu compro)
  • preciso ECONOMIZAR dinhEIRO pra me mUDAR!!!!!!!

ou seja: necessidades. vou aproveitar que chegamos ao meio do ano e começar agora, porque por que não??? nada me impede de tentar, não é mesmo. *chora no cantinho* vou começar no dia 15 desse mês — que, coincidentemente, é meu aniversário de contratação do trabalho!! —, e o #desafio vai até dia 15 de julho de 2022. espero que dê certo e que me ajude a guardar dinheiro pra me mudar. #socorro (hoje estou usando muitas hashtags, socorro)

as regras são as seguintes:

✶ não posso gastar com

  • roupas, calçados & acessórios
  • livros
  • jogos
  • material de papelaria
  • ifood!!!!!!
(não consegui pensar em tantas coisas, mas o que eu mais compro, olhando aqui meu app de finanças, são roupas e comida kkkkkkrying. se eu me lembrar de mais algo coloco aqui, mas acaba que eu gasto só com coisas muito ESPECÍFICAS.)

    ✶ posso gastar com

    • saúde
    • educação (cursos e etc)
    • produtos de cuidado/higiene pessoal
    • coisas pra kim (minha calopsita)
    • presentinhos pras pessoas (sem exagerar também)
    • coisas pra casa que sejam necessárias (mercado, reparos, etc)
    eu não preciso realmente comprar muitas coisas durante o mês. meus maiores gastos mensais são com saúde (personal e terapia) e educação (cursos e aula de espanhol), então acho que vai dar bem de boas. esse mês, inclusive, eu descobri que NÃO TINHA MAIS FATURAS PENDENTES FUTURAS!!!! e aí fui e comprei um negócio pra me exercitar que era duzentos e setenta reais. parcelei em duas vezes. desculpa, nath finanças :'(

    e É ISSO!!! torçam por mim, porque eu vou colocar um lembrete no meu calendáro e todo fim de mês (?) venho atualizar vocês sobre meu sucesso!!!! espero que seja sucesso né

    quinta-feira, 8 de julho de 2021

    atualizações

    a vida anda tão corrida e cheia de coisas acontecendo que eu não sei o que fazer e nem quando as coisas vão voltar ao normal — na verdade, não sei nem o que é normal mais. sabe quando tudo é tanto e parece que o mundo não desacelera nunca? eu preciso muito que alguém enterre o pé no freio.

    as coisas no trabalho estão caóticas: muita coisa a fazer e a sensação de que eu estou fazendo tudo sozinha. já pedi ajuda e ela veio ao resgate, mas sinto que só vou conseguir sossegar quando o projeto no qual estou envolvida for concluído. até lá, a ansiedade permanece sendo minha companheira fiel. isso tem mexido com a minha alimentação, com a quantidade de tempo que eu passo nas redes sociais (apesar de só estar em uma delas, por agora)... eu não tenho conseguido aproveitar meus fins de semana porque fico trabalhando, e ainda rolaram outras coisas que me deixaram ainda mais maluca. e, já que estamos falando em ansiedade: meu psiquiatra me deu alta do remédio pra ansiedade!! já estávamos diminuindo as doses, porque eu tenho conseguido lidar com as coisas que têm acontecido sem depender tanto da ajuda dele. confesso que achei que fosse ficar mais feliz por não precisar tomar um remédio todo dia, mas tô feliz mesmo é por não precisar mais incluir as consultas com o psiquiatra e com os remédios nos meus gastos mensais. #paz

    ✶ ✶ ✶

    aconteceu o que eu mais temia: terminei de assistir modern family e estou órfã de série besta pra assistir :^( nesse meio-tempo, chegaram algumas coisas divertidas aqui pra mim. minha grande amiga drew barrymore — quer dizer, vanessa, me enviou um livro de presente, mesmo eu não tendo ganhado o sorteio de aniversário do tristezinhas. isso me fez sentir não apenas especial, mas aproximadamente 673% mais especial do que em outros momentos da minha vida. :') junto com o livro eu ganhei uma caneta e um pingente de sereia!!!! dos quais eu esqueci de tirar foto!!! mas imaginem aí na mente de vocês.

    duas imagens: a primeira tem uma pilha de livros, com os dizeres "pilha de livros que eu preciso ler (socorro)" ao lado. a segunda é a capa de um livro chamado "se você me visse agora...", com os dizeres "livro que ganhei da minha grande amiga drew barrymore, também conhecida como vanessa do tristezinhas cotidianas".

    aproveitei a desculpa pra voltar a ser uma Pessoa Que Lê e peguei todos os livros que tenho e que ainda não li. como dá pra ver, é uma pilha bem grande, benzadeus. tem de ficção a livros técnicos sobre arte e design e não-ficção, passando por alguns quadrinhos (é raro eu não ter lido algum quadrinho, mas existem exceções). eu deixo essa pilha do lado da minha cama, e o plano é ir lendo e colocando de volta na minha estante quando for terminando. comecei pelo livro que a van me deu de presente. a parte trágica é que tá muito FRIO e isso faz com que eu prefira mexer no meu celular embaixo das cobertas ao invés de congelar meus dedinhos passando as páginas. queria que o sol mandasse notícias do mundo de lá... mas eu VOU conseguir ler. aguardem.

    (e queria dizer também que a van é uma gracinha e que eu estou muito lisonjeada pelo presente!!!!)

    ✶ ✶ ✶

    outra coisa que chegou aqui foi uma carta da gabes!! eu comprei alguns adesivos com ela e, além deles, ela me mandou uma carta fofíssima e UM DESENHO!!! DA MINHA CARA!!! 

    duas imagens: a primeira tem um caderno aberto em uma página na qual um desenho está colado, com uma moldura desenhada em volta, cpomo se fosse um quadro. ao lado, há os dizeres "desenho maneiríssimo que ganhei da gabes do fugi de casa, emoldurado". a segunda imagem é um recorte de vários adesivos coloridos, com os dizeres "adesivos da gabes que vieram com uma carta foférrima" ao lado.

    meu deus do céu. eu emoldurei e colei no meu coração — quer dizer, no meu bujo. aliás, meu bujo (eu chamo de bujo mas não é exatamente um bujo) anterior acabou e eu finalmente pude usar um novo caderno!!! novos cadernos são tudo pra mim. talvez em breve eu traga aquele lance de como eu organizo minhas coisas pra cá. provavelmente quando eu estiver me sentindo menos sobrecarregada com tudo na vida. 

    (uma joaninha apareceu por aqui e começou a andar na minha bandeirinha lgbtqia+. FOFURA TOTAL.)

    ✶ ✶ ✶

    cês sabiam que tem doze é demais no disney+? eu estou completamente REALIZADA, porque quero reassistir essa belezinha há ERAS e nunca conseguia. é um dos melhores filmes dos anos 2000. god bless.

    na minha onda de ansiedade generalizada + fim da minha série de conforto, acabei reassistindo jogos vorazes. acabou que eu estava sentindo saudade de sentir coisas enquanto assisto filmes e leio livros e... ai, é bom demais. a EMOÇÃO de ver as coisas acontecendo. ficar toda “uau... tudo começou porque a katniss se ofereceu como voluntária pra proteger a irmã... e no fim......” como se eu não tivesse pensado nisso várias vezes antes, pensar que o peeta é um cajuzinho e ficar triste porque todo mundo morre toda hora, me perguntar como é que ninguém repara que a katniss tá completamente catatônica 80% do tempo... ai, ai. que saudade. foi bom demais. talvez eu cace mais coisas emocionantes pra assistir e ler de novo.

    enfim, é isso. espero que vocês estejam bem. estava com saudades de passar por aqui e checar como estão as coisas. beijos com queijo, xis out!

    sexta-feira, 25 de junho de 2021

    existir

    esses dias tô me sentindo tão bombardeada de informação na internet, tão vigiada e cobrada de tudo por todo lado, tão sem tempo pra nada enquanto esperam que eu tenho tempo pra tudo.

    eu sinto que a gente não tá existindo,
    só fingindo que existe.

    _________

    desabafo diretamente ligado a esse vídeo da maniezinha (que engraçado chamar no diminutivo um nome que já parece estar no diminutivo) que a nic mencionou nesse comentário, num post que fala a mesma coisa. eu sinto que preciso repetir que tudo é demais, porque parece que o mundo não entende.

    e sim, agora tô colocando nota de rodapé em post de blog.

    quinta-feira, 24 de junho de 2021

    coletânea

    hoje é dia de são joão, dia internacional do disco voador (?), e tem lançamento de álbum da pabllo (???). eu decidi que ia postar algo aqui hoje pra comemorar o mês do orgulho, já que eu me encaixo em um monte de bandeiras, mas não sabia exatamente o que falar — não me agrada a ideia de fazer disso um momento explicativo, porque simplesmente nunca foi algo que eu senti necessidade de explicar. deixo vocês então com alguns momentos que representam pra mim o que é fazer parte da comunidade lgbtqia+ :^)

    “tá, a gente precisa escolher um dia.”

    é novembro, o clima está agradável e os dias têm sido maravilhosos. é nosso último dia juntas até sabe-se-lá quando, e eu sei com toda a certeza que quero tê-la na minha vida por muitos outros novembros. ela me encara com uma cara esquisita e me pergunta: “dia pra quê?”. eu respondo que é um dia pra gente, oras, já que a gente se conheceu pela internet e sei lá qual seria o dia ideal pra começar a namorar. na minha cabeça, a gente já tá namorando. ela ri, se afasta do meu abraço, e me encara.

    “a gente precisa conversar,” diz, o rosto contorcido naquela expressão que é meio hahaha-estou-nervosa-mas-vou-fingir-que-tá-tudo-bem. eu sinto o meu coração parar e pesar, tudo ao mesmo tempo, como se a gravidade dentro do meu corpo tivesse aumentado. “conversar sobre o quê?,” é minha vez de perguntar, e ela diz que antes de decidir qualquer coisa ela precisa me contar algo que pode me fazer não querer escolher dia nenhum. minha cabeça dá trezentas e sessenta e cinco voltas por segundo. eu enumero as razões pelas quais ela pode ter dito aquilo:

    1. ela matou uma pessoa e é procurada por todo o brasil e em pelo menos 3 outros países;
    2. ela tem uma família, uma esposa (ou esposo), filhos, e eu serei A Outra;
    3.  ela tem uma doença terminal e só lhe restam alguns meses de vida;
    4.  ela trafica DROGAS e ÓRGÃOS!!!!

    nenhuma dessas razões faria sentido se eu parasse pra pensar por mais algum tempo, mas a ansiedade já tinha tomado conta de mim. quando nos separamos naquele dia — só iríamos nos encontrar novamente à noite —, eu decidi não pensar muito mais nisso.

    (no fim das contas, não era nada disso, ela riu da minha cara quando eu disse o que tinha pensado e eu ri da cara dela quando ela me contou que a coisa muito importante que precisava me contar é que os pais dela não sabiam que ela era bi. como se isso fosse fazer alguma diferença pra mim!, eu ri, o mesmo tempo em que ela encolhia os ombros e dizia um “sei lá”. como se isso fosse me impedir de manter essa menina na minha vida.)

         

    eu me encaro no espelho, segurando o cabelo pra trás. bem que dava pra passar por um menino, eu penso, porque meu nariz é grande e minha cara é meio esquisita. fico pensando como seria ter o cabelo curto e ser, de fato, um menino. é difícil pra mim conceber a ideia, já que, até onde eu sei das coisas, a cabeça dos meninos funciona de forma diferente. eles sentem as coisas de um jeito diferente — talvez só tenham prioridades diferentes, eu sei lá. dou de ombros e deixo o pensamento pra lá, voltando a lavar o banheiro.

    um bocado de anos depois (e um bocado de desconstrução depois, também), me deparo pela primeira vez com o conceito de não-binariedade. algo entre ser um menino e uma menina, mas ao mesmo tempo não exatamente, e ao mesmo tempo mais ou menos isso aí mesmo. a coisa clica na minha cabeça mais rápido do que eu consigo pensar no que é o conceito, e eu me identifico completamente com alguma coisa pela primeira vez — não só em parte, não pela metade. completamente. me exaspero e guardo aquilo pra mim.

    (dois ou três anos depois, finalmente abraço aquilo pra mim, ignorando o medo de não fazer sentido, de não me encaixar, de não ser fora do padrão o suficiente pra ser aceita. entre quedas, tropeços e arranques, frios-na-barriga e dentes apertados juntos de nervoso, decido que não preciso ser como eu acho que outras pessoas querem me ver, aceito ser quem eu sou pra mim mesma e finalmente dou um pouco de paz pra minha mente questionadora, que agora só quer saber de joguinhos)

         

    “arantxa, você é o quê?”

    (coloco entre aspas mas já não me lembro se a pergunta era essa, ou você é bissexual?, ou você tem certeza de que não é hétero?. não faz muita diferença, no fim das contas)

    um mundo passa pela minha mente em centésimos de segundo: me lembro de quando minha mãe encontrou meu histórico de conversas no computador, e leu toda a discussão que tive com uma amiga sobre ser bi. à época, eu neguei — meu eu mais jovem só queria menos um problema na vida —, fiz um texto enorme dizendo que aquilo era uma personagem que eu criava pra me enturmar.... vixe, um monte de coisas. eu sabia que estava mentindo, mas era a forma mais fácil de continuar a vida então.

    dessa vez, encarei minha mãe e disse, sem piscar: “eu sou bissexual.”

    (ou sim, eu sou bi, ou sim, tenho certeza, sou bi. não faz muita diferença, no fim das contas. nunca fez, mesmo quando eu passei a preferir a bandeira da pansexualidade, mesmo quando eu entendi mais sobre mim, sobre o mundo, sobre a vida. mesmo quando eu passei a andar de braços dados com as duas bandeiras ao mesmo tempo. eu sempre tive muita certeza de quem eu sabia que era)

         

    “o negócio é que eu não sinto a atração, sabe? posso ter vontade, mas não é a atração que me move. é... outra coisa, sei lá,” tentei explicar, encarando o teto escuro do meu quarto, o telefone grudado na orelha. amanda e eu estamos conversando sobre limites e ela me pede pra explicar sobre assexualidade, e eu me pego tendo dificuldade pra formular em palavras algo que é tão natural dentro de mim. “é tipo assim: se acontecer, ok. mas eu não olho pra alguém e sinto vontade de... sabe?” (apesar de falar de cu, cocô e coisas do tipo a torto e a direito na internet, eu ainda sou uma pessoa com vergonha) “acho que entendi,” ela responde. eu falo um pouco mais, explico que pode variar, que eu me encaixo numa área cinza em que não sinto, mas não excluo a possibilidade de sentir, seja lá qual forem os motivos.

    ela diz: “eu só queria entender. se você quiser só segurar a mãozinha pelo resto da vida, eu vou segurar mãozinha pelo resto da vida.”

    nessa noite, eu durmo com o êxtase que é ser apreciada, respeitada e compreendida.

         

    é dia dos namorados, e eu acordo com um pix de 100 reais na minha conta. dou uma risada exasperada e devolvo o pix, dizendo “se você me deu 100 reais de presente, eu posso te dar 100 reais de volta!,” enquanto ela se revolta com a minha resistência aos presentes unilaterais. combinamos de comprar comida uma pra outra, ao longo do dia.

    mais tarde, a mãe dela me manda uma mensagem de áudio: “queria te desejar um bom dia dos namorados, espero que você esteja bem, e se vocês duas forem ficar mandando pix pra lá e pix pra cá, podem as duas mandar o pix pra minha conta, viu?”. eu dou muita risada e mando um áudio agradecendo minha sogra.

         

    “eu queria dar um presente que fosse a sua cara,” minha mãe diz, enquanto vê minha namorada abrindo um presente do outro lado da tela. como presente de aniversário, ela mesma teve a ideia de fazer um caderno com uma foto fofa da amanda abraçada à kim, sua filha canina, e também mandou uma caneca de vidro com uma frase de how i met your mother — isso aí foi ideia minha. amanda sorri e diz que adorou o presente. eu bato o olho no caderno combinando que ganhei da minha mãe dias antes, uma foto minha com minha namorada abraçadas, e sorrio também.

         

    o dia foi difícil, eu estou nervosa e vou precisar encarar um momento ainda mais difícil muito em breve. faz frio, e amanda diz: “vamo tirar uma foto se beijando na frente da havan?”. eu dou uma risada das raras que aconteceram naquele dia, nós tiramos a foto e enrolamos um pouco mais no parque de diversões antes de encarar o inevitável.

    eu ouço o que não quero ouvir, eu choro tanto que mal consigo falar ou respirar, eu penso como vai ser minha vida dali pra frente. amanda me diz: eu tô com você. meus amigos me dizem: estamos com você. mais de uma pessoa me diz que eu tenho pra onde ir, se precisar, e eu me sinto abraçada por aquele monte de gente que eu escolhi manter perto de mim, que eu escolhi como minha família. por coincidência ou não, no dia seguinte eu recebo uma ligação me dizendo que não fui selecionada para uma vaga de emprego (o que é um peido pra quem tá cagado, não é mesmo?).

    trinta minutos depois, recebo outra ligação dizendo que tinham decidido contratar outra pessoa, e que essa pessoa era eu. é meu primeiro lembrete de que tudo melhora — tudo, seja de uma maneira ou de outra. depois de tanto chorar, eu tenho motivo pra sorrir.

    e continuo tendo.

    e continuo tendo! :^)

    segunda-feira, 21 de junho de 2021

    coisa demais, tempo de menos

    há 23 abas (tirando essa) abertas no meu navegador, e minha cabeça pensa tão rápido em um milhão de assuntos que eu sei que mal vou me lembrar da metade quando conseguir terminas de escrever essa presente frase. não sei exatamente o motivo de sentir uma necessidade enorme de escrever alguma coisa, mas ela chega — e quando chega, eu prefiro não ignorar.

    ultimamente, tenho escutado músicas que não foram escolhidas por mim, naquele esquema de ouvir alguma coisa no spotify e deixar que ele coloque outra música que se pareça com a anterior, e por aí vai. eu sinto falta de ouvir músicas novas, e isso é o mais perto que consigo de ouvir uma estação de rádio (mesmo que essa estação não tenha propagandas, ou programas, ou a possibilidade 50/50 de tocar algo que eu não goste, já que o rádio não se baseia no meu gosto). isso é bom, porque eu tenho descoberto músicas novas que entraram pra minha playlist de 2021, mesmo que eu não ouça a playlist de 2021, já que só ouço a rádio da música astronomy, do conan gray.

    ✶ ✶ ✶

    não sei exatamente como, mas acabei com trocentas abas abertas de blogs, newsletters, canais de receita no youtube e links de livros na amazon. entre clicar em links de newsletters, cair em perfis de pessoas nos comentários de blogs alheios e simplesmente viver a vida na internet pulando de hiperlink em hiperlink, li sobre livros (que fiquei com vontade de ler), receitas (que fiquei com vontade de fazer) e coisas que alguém, assim como eu, precisou parar tudo pra escrever o que girava na própria cabeça, como se nós fôssemos algum tipo de máquina de lavar complicada em que, ao invés de lavar roupas, só joga pensamentos pra lá e pra cá. li sobre morte, sobre luto, li sobre como fazer pra viver nos dias em que vivemos e, assim como eu desconfiava, já mal me lembro o que tudo isso me fez ficar com vontade de escrever.

    ✶ ✶ ✶

    devido a acontecimentos que, se eu contasse, pareceriam frutos da minha imaginação — e que eu não quero contar pois tendo a fazer tudo parecer cômico, e se tem algo que eles não são é cômicos —, eu dormi feito um passarinho assustado essa noite: acordando com qualquer barulho esquisito, tomando susto, abrindo a janela pra olhar a rua e ver se não tinha nada acontecendo. minha vida, de tempos em tempos, se torna um misto de raiva, nervoso, tristeza, angústia e meu-deus-eu-não-sei-o-que-fazer, e meu fim de semana foi desse jeitinho. me peguei criando situações na minha mente em que eu queria socar uma pessoa, mas aí eu mesma sabia que isso não ia dar em nada (sem contar que eu não quero realmente socar ninguém), mas aí... o que mais eu podia fazer? o que a gente faz quando uma situação não depende de você, mas quem pode fazer algo a respeito não faz nada? decidi que, se querem me deixar maluca, eu vou ser maluca. querem fazer da minha vida um inferno? vou ficar virada no capeta. vamos ver onde isso vai dar.

    (ainda bem que tenho terapia essa semana)

    ✶ ✶ ✶

    ontem fiz uma receita do blog da aline, o creme de abóbora com gengibre — só que minha receita não foi bem um creme, e sim um caldo, eu deixei a casca da abóbora e por isso o negócio ficou verde, e eu coloquei um monte de páprica doce e curry pra dar uma incrementada no sabor. sabia que páprica é feita de pimentão desidratado? fica aí mais uma das curiosidades aleatórias da vida pra vocês.

    voltando ao assunto, o creme — digo, o caldo — deu muito certo e ficou uma delícia. o que não deu tão certo assim fui eu colocando uma colherada quente demais de caldo na boca, o que resultou em uma arantxa desesperada sem saber o que fazer e que acabou engolindo o negócio pra parar de queimar a boca toda. resultado: queimei a garganta, e hoje a bichinha tá toda sensível. mas como o caldo ficou perfeito, vou dizer que valeu a pena. mais ou menos.

    ✶ ✶ ✶

    me peguei querendo voltar a ler — influência de letícia e vanessa, muito provavelmente. sinto saudades de ser uma pessoa que lê e tem outras histórias além da própria pra poder se distrair nas horas vagas. decidi que vou juntar todos os livros que ainda não li, fazer uma pilha, e ler um a um. vai que.

    domingo, 20 de junho de 2021

    tucano é um pássaro feito em computação gráfica

    passando aqui só pra não perder o timing e trazer minha zine, que foi o produto final do curso de quadrinhos do qual eu participei (e que vocês me ouviram falar sobre por alguns posts aqui e outros ali). aprendi bastante coisa, vi um bocado de erros e já vejo várias coisas que faria diferente, mas gostei do resultado. fazia tempo que eu não criava alguma coisa visual assim, pra mim, e fiquei feliz ♡

    sem mais delongas: o link da minha zine, galerinha do mal. e boa semana procês!

    sábado, 19 de junho de 2021

    sinto saudades de ter saudades de ficar sozinha

    (ou: pensando pensamentos em profusão)

    é sábado à noite e eu fiz um bocado de coisas hoje — acordei, fui ao dentista, voltei pra casa, arrumei a sala, meu quarto, o quarto da minha mãe, lavei dois banheiros e estendi roupa. tudo isso com aquela cólica chata que faz a minha barriga e as coxas ficarem doendo, não demais pra me impossibilitar de viver, mas o suficiente pra me lembrar que a vida é um eterno sofrimento.

    (desculpa o drama, eu tô de tpm)

    eu ando me sentindo muito sozinha. há um tempo, eu me considerava alguém muito mais introspectiva, que preferia ficar sozinha, que se cansava quando ficava em contato com pessoas por muito tempo... no fim das contas, pouco antes de entrarmos nessa pandemia eu descobri que eu gosto de gente: gosto de ter companhia, gosto de ouvir histórias, gosto de fofocar. isso torna o fato de estar em casa sem poder sair e ver meus amigos muito mais difícil — eu, que antes mal podia esperar pra chegar em casa e ficar sozinha, agora sinto muita falta de poder conviver com alguém até ficar de saco cheio.

    não que eu não sinta falta de ficar sozinha, também, porque estar em casa é estar com meus pais e meu irmão, e isso quer dizer que eu nunca estou realmente acompanhada mas nunca estou realmente sozinha, também. eu me pego pensando que a vida é feita de equilíbrio, e é como se alguém tivesse roubado as duas coisas que eu consigo equilibrar e me colocado numa arapuca: eu gosto da companhia da minha mãe, mas querer ficar sozinha deixa a pobre mulher chateada; eu gosto de poder fofocar com meus amigos, mas não suporto mais chamadas de vídeo. “nem quem ganhar nem quem perder vai ganhar ou vai perder: vai todo mundo perder”, como já diria dilminha.

    já faz mais de um ano que eu estou em acompanhamento psicológico, e conseguir viver em meio à minha confusão de pensamentos é bom, mas dá muito trabalho. é claro que eu prefiro chegar ao fim do dia cansada e ligeiramente triste a perceber que passei o dia inteiro encarando a tela do celular ou do computador e não fiz absolutamente nada, mas vou te falar um negócio: ninguém te diz o quanto existir racionalmente (ou mais-ou-menos-racionalmente) é cansativo. às vezes eu só queria poder não pensar, não encarar todos os meus problemas de forma racional, afundar na cama, ignorar todas as minhas responsabilidades e dormir por dezesseis dias seguidos.

    claro que isso não vai resolver meus problemas. claro que vai me afundar em apatia. mas eu queria, porque é muito mais fácil do que ser o contraponto ao meu cérebro me mostrando todas as coisas que eu nunca vou conseguir controlar, todos os problemas que eu nunca vou conseguir resolver, porque o mundo não funciona assim, e porque a vida não pode ser injusta se ela nunca foi justa pra começar. eu sinto falta de ser criança e não ter que resolver problemas, eu sinto falta de fingir que minhas crises passavam porque depois de um tempo tudo passa — é melhor saber como as coisas funcionam, mas dá tanto trabalho! e eu só fico tão cansada!

    eu queria conseguir comer melhor, fazer tudo na hora ao invés de postergar, não guardar rancor de quem me magoou. eu penso: querer coisas é bom, você tem pelo que existir, você tem coisas pra alcançar. eu penso: como é cansativo falhar!, mas é a vida. as pessoas me perguntam como vai a vida, e eu respondo: ah, daquele jeito... mas vamo que vamo. eu penso: que saco ter que sentir esperança quando tá tudo ruim. eu rebato: ainda bem que a gente tem a esperança.

    esperança é aquela sua amiga chata que te acorda às sete da manhã quando você tá mal, te obriga a se arrumar, fica com um sorriso o tempo todo no rosto e faz você sentir ódio por ter tomado as rédeas do seu dia mas, no fim, você percebe que o dia tá lindo e que a companhia dela é agradável. não é culpa dela que você não dormiu cedo, não comeu bem e não tá muito animado. não é culpa dela que você esteja meio rabugento.

    (a esperança existe justamente porque a gente fica rabugento, às vezes)

    (e, por mais que doa: ainda bem que existe)

    sexta-feira, 18 de junho de 2021

    nunca diga nunca, porque vai que

    aqui na minha cidade tá fazendo 16°C no presente momento, e eu estou pensando que, meu deus do céu, pra QUÊ??? estou falando da minha cadeira em frente ao computador, mas gostaria de estar falando de dentro de um casulo de cobertas quentinhas. socorro.

    passei pra responder a uma tag que a nic me marcou e chamar vocês pra assistir os filmes da festa do cinema italiano! a partir de... bom, ontem, a cada dia tem 2 filmes disponíveis por 24h, a partir das 18h. também tem 4 filmes disponíveis durante todo o festival, que dura até dia 27 desse mês. aí você me pergunta: “arantxa, você já viu algum desses filmes?” não. “ah, então você conhece os diretores?” também não. “você pelo menos leu as sinopses???” gostaria de falar com meu advogado, por favor. brincadeiras à parte, eu gosto de assistir coisas novas e ser meio maluca, então vou tentar assistir alguns dos filmes e ver no que dá. sintam-se livres para me acompanhar :^)

    ✶ ✶ ✶

    neverland

    (já começo dizendo que quebro regras de todas as tags, porque esse é o meu jeitinho)

    quem criou essa tag foi o victor, e quem me indicou foi a nic! como não vou indicar ninguém, quem quiser fazer pode checar as regras no post de qualquer um dos dois.

    green gables: qual o seu lugar menos favorito do mundo?

    não... faço a menor... ideia........

    cair paravel: se tivesse que escolher um alimento para comer pelo resto da vida, qual seria?

    vou de banana, a melhor fruta já inventada!

    hogwarts: imagine que um culto muito respeitado fundou uma religião baseada nos teus ensinamentos. o que você vai deixar de lição para eles?

    não farás ao próximo o que não gostarias que fizessem a ti, e não repreenderás o dedo no nariz, pois aos humanos já é negada muita felicidade.

    bosque dos cem acres: você gostava de brincar de alguma coisa no intervalo? se sim, do quê?

    quando eu ainda estava no ensino fundamental, minha escola tinha uns prédios com reentrâncias e saliências. eu gostava de subir na saliência do começo de uma parede e ir até o fim sem cair — se eu cair, tinha que começar tudo de novo. pra mim, era divertidíssimo, rs. conta?

    refúgio das fadas: indique uma música (ou mais) que tenha ouvido bastante.

    IHUUU!!! bom, sem muitos comentários, vou mandar aqui algumas das que eu tenho colocado em loop:




    terra de oz: cite as coisas que você mais se orgulha em si.

    eu sou muito boa em colocar as pessoas pra cima reconhecendo coisas que elas fizeram ou em que são boas. eu sou muito boa em deixar as pessoas felizes com cartas chegando pelo correio!!! e também sou muito boa fazendo torta de frango com massa de milho, hmmm. mas acho que uma das coisas que eu mais gosto em mim mesma é que estou sempre tentando ser melhor e me entender mais um pouco :^)

    (também sou muito boa desenhando versões minhas desesperadas em post-its)

    país das maravilhas: qual o último livro que você leu? você gostou dele?

    o último livro que eu comecei a ler eu não terminei, e acho que isso torna o último livro que eu li a hora da estrela, da clarice lispector — que inspirou duas das minhas tatuagens, aí você imagina se eu gostei ou não (leiam esse livro!!)

    gravity falls: crie uma estética pra sua estação favorita.

    céu azul, luz quente, fechar os olhos e ver o vermelho do sangue correndo pelas pálpebras; sombra e luz brincando nas paredes, reflexos de pequenos arco-íris aqui e ali e passarinhos chegando pra comer uma fruta na varanda. música tranquila, música animada, marulho de panela de pressão e cheirinho de alho e cebola cantando na panela — água gelada, sorriso no rosto, chinelo no pé e pé no chão. se possível, areia; se não, qualquer chão tá valendo. risadas e conversas alheias na rua. o sol sorrindo e fofocando com as nuvens. verão <3

    arendelle: com qual personagem fictício você mais se identifica?

    tem tantos que é até difícil lembrar!! tem a akko de little witch academia, o phil de modern family, o alfur de hilda, a retsuko de aggretsuko, o liquidificador em reflexões de um liquidificador (kkkkk) e por aí vai. geralmente são personagens engraçadinhas.

    crystal tokyo: se você pudesse viajar para o futuro, o que esperaria ver? 

    quem sabe uma sociedade que fizesse mais sentido de acordo com as regras que nós mesmos criamos pra ela. eu não penso tanto em tecnologia quando penso no futuro, na verdade kkk só queria que a gente saísse do capitalismo e fosse pra um sistema econômico melhor (ou menos pior) (mas idealmente melhor, né).

    burial mounds: qual é o refúgio (físico ou mental) mais seguro do mundo para você?

    meu quarto sempre foi meu lugar preferido!! nada como deitar na minha própria cama.

    deadman wonderland: o que seria um ato de amor, segundo o seu ponto de vista?

    agir por amor é saber o que é melhor pra outra pessoa e até onde você consegue ir pra alcançar esse melhor. acho que amor é saber que, num mundo com possibilidades infinitas, você encontrou uma pessoa por tempo o suficiente pra construir alguma coisa que faz ambos sorrirem e ficarem felizes. 

    beach city: cite uma frase ou trecho de livro que lhe tenha feito a diferença recentemente.

    vou pular essa porque não leio algo faz tempo RISOS

    far far away: conte uma curiosidade sobre você.

    eu adoro fazer coisas manuais. vai de desenho e bordado a furar paredes e montar móveis — eu adoro ver coisas tomando forma!! eu pintei as paredes do meu quarto mais de uma vez e desenhei meu próprio guarda-roupa, instalei todas as estantes do meu quarto e construí minha mesa com a ajuda de uma amiga minha, a ana. meu sonho é um dia ser meu próprio matheus ilt.

    genovia: o que você faz quando não tem ninguém olhando?

    eu sou uma grande defensora do direito de enfiar o dedo no nariz. também faço dancinhas aleatórias enquanto trabalho e escuto música, e às vezes converso comigo mesma e com minha calopsita (agora faço isso em português, inglês, espanhol e, às vezes, arranho um francês). quando eu ficava sozinha em casa, adorava poder andar pelada por aí — eu sou a exceção naquela frase “todo mundo tem um vizinho pelado”, porque eu SOU o vizinho pelado. desculpa, vizinhos.

    © arantchans • template por Maira Gall, modificado por mim.