não sei se vocês são assim, mas eu sempre passo um tempo pensando em qual poderia ser o título engraçadinho do post que eu vou começar a escrever. às vezes consigo pensar em algo, às vezes não, e hoje estou me perguntando se eu preciso ser engraçadinha e intencional o tempo todo. acabei de responder pra mim mesma que cara, calma, é só um post no blog. cruzes.
eu fico feliz em pensar que estou feliz de novo. parece uma frase redundante e besta, mas não é — o estar feliz me deixa ainda mais feliz, e eu entro num ciclo de felicidade gostoso e que me faz bem. é bom dar valor aos dias bons, porque eu com certeza vou macetar (como dizem os jovens) minha cabeça de pensamentos pessimistas nos dias ruins. também é engraçado falar que estou feliz "de novo", apesar de, bom, estar feliz de novo. o ano passado foi uma grande pedra no meu sapato da qual eu infelizmente (ou felizmente?) acho que precisava, mesmo. não gosto de pensar que a gente precisa sofrer pra se tornar melhor, mas me permito acreditar que podemos nos tornar melhores depois de passar por maus bocados, e eu acho que me tornei. ou tenho tentado, pelo menos.
fazer aniversário é sempre uma grande questão, pra mim. esse ano, não apareceram muitas pessoas — o que me deixou meio triste —, mas quem apareceu me fez sentir especialmente amada — o que me deixou bem feliz. fiz um piquenique em são paulo e fofoquei com amigos que não conheciam uns aos outros enquanto enchíamos a pança de comidas gostosas. o dia estava ensolarado e lindo e, apesar da previsão do tempo, não choveu. o piquenique foi no fim de semana, porque meu aniversário mesmo era na segunda, e no dia 23 aconteceu algo pela primeira vez em um bocado de anos: eu não chorei! um dia conto pra vocês sobre o que eu chamo de a maldição do aniversário, que poderia muito ser uma história assustadora, mas é só uma superstição que eu inventei pra minha crendice particular.
finalmente encontrei a let, do caldo de marola, pessoalmente; depois, eu e ela encontramos a manie, do meus cafés. apesar de ficar completamente confusa quando encontro pessoas novas, eu sinto que poderia ficar um tempão conversando com as duas, principalmente se tivéssemos um sofá e, sei lá, um monte de pipoca. eu li o livro da manie, que comprei na minha livraria favorita de são paulo, e só confirmei o que eu já sabia: ela escreve como quem faz cafuné no cérebro da gente. é uma metáfora estranha, mas quer dizer exatamente o que parece.
tenho continuado minha estrada sem fim rumo à mudança que parece nunca acontecer na minha vida (mudança de casa, mesmo, nesse caso). estou num ponto em que não sei mais se minha mudança se atrasou por outros motivos ou por medo meu, mesmo, e não sei se quero me responder, não, mas coloquei um basta e desse semestre não passa! arre maria. espero ter vizinhos legais e achar um lugar que seja a minha cara e seja bem iluminado e não faça atacar minha rinite.
ainda não escrevi uma carta sequer, este ano. preciso escrever, mas estou meio travada nos meus projetos pessoais — é tanta coisa na minha cabeça sobre trabalho que parece que eu viro o chaves dando piripaque. (ai, vocês se lembram do manual prático de bons modos em livrarias? saudades de ler a hillé puonto sendo maluquinha e me identificar. lembrei dela porque sempre postava uma referência com um link pro youtube. where in the world is lilian dorea?) apesar disso, tenho feito algumas coisinhas aqui e ali, e alguma hora trago pra vocês verem. tenho pegado leve comigo, porque projetos pessoais devem ser divertidos, né? pelo menos eu penso assim.
toda vez que eu venho aqui digo que sinto saudades, né? talvez eu esteja me tornando o tipo mais desprezível de amizade, que é aquela que sempre diz estar com saudades mas não aproveita nenhuma das dezenas de oportunidades de entrar em contato — no meu caso, escrever um negocinho, entrar no blog das amigas e não sumir desse cantinho da internet. mas me ligar à parte de mim que escreve sem pensar muito em como estou soando é algo que acontece quando resolve que vai acontecer, e isso está além do meu controle. por isso, repito: estava, sim, com saudades. eu gosto muito de saber que tenho amizades que fiz por aqui; pensar "vanessa", "letícia", "nicole", "manie" e ter pessoas em mente, muitas vezes mais um jeito do que um rosto, uma maneira de escrever. estou reassistindo criminal minds, uma das minhas séries favoritas, e acabei de passar por um episódio em que a frase final é de um autor chamado thomas merton: "o amor é nosso verdadeiro destino. não encontramos o sentido da vida sozinhos — encontramos com o outro". lembrando das pessoas que conheci e às quais me apeguei através de palavras, concordo com essa frase; o episódio em questão é o primeiro encontro entre duas pessoas que só se conhecem através de ligações, palavras, pensamentos. enfim. sou só eu sendo brega.
estou ouvindo lorde - big star desde que comecei a escrever esse post, e chega a ser irônico pra alguém que não gostou do último álbum dela. nesse mês vou assistir wicked brasil, um sonho se realizando, e mal acredito nisso; vou pela primeira vez em todos os dias de um festival grande (todo mundo mentalizando: força, guerreira), com pessoas queridas, ver artistas dos quais gosto bastante. em breve vou começar um tratamento que vai me encher a paciência e sobre o qual ainda vou chorar um bocado aqui com vocês; esse mês, falei pela primeira vez com a minha ex-namorada depois de muito tempo e de uma mágoa que doeu. eu sinto que sou um projeto de série adolescente, um monte de dramas e fortes emoções esperando pra acontecer... bom, a vida é o que é. e eu tento fazer dela o melhor que eu posso.
usem filtro solar, bebam água, se cuidem. eu sei que demoro pra aparecer de vez em quando, mas juro que sinto saudades sempre, sempre. em breve falo mais coisas, mas por ora, fiquem com esses pensamentos sendo pensados e um abraço apertado. <3