quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

futuro do futuro do futuro (do pretérito)

faz tempo que eu quero vir aqui, pois sinto saudades; e mais do que saudades, a necessidade de conversar com gente que me escute. e me entenda. sabe como é difícil, hoje, falar com alguém que não te dê sugestões, soluções, conselhos a cada momento? pior que eu nem culpo algumas pessoas — é tão automático sugerir uma resposta pras angústias alheias que, se a gente se distrai por um instante, logo tá lá: opinando. resolvendo (ou complicando) a vida alheia.

tô pra vir aqui desde novembro (novembro!!!), pra contar das minhas férias; como fui a são paulo, me vacinei, quase encontrei a lê, finalmente vi minha namorada depois de um milhão de anos e fiz uma tatuagem combinando com minha amiga lu. em como encontrei gente querida e respirei ar fresco e me permiti, por um pouquinho, viver muita coisa que não vivi nos anos de pandemia: ir ao teatro, ir ao cinema, passear, comer na rua. pelo amor de deus, comer na rua. que falta que fazem as coisas cotidianas.

tô pra vir dizer que entrei e saí de períodos ansiosos, depressivos, que comprei um caderno que é o diário perfeito em são paulo (tem aquelas folhas que são porosas o suficiente e mais grossinhas, sabe?); comecei a ver a novela das oito, que sempre chamo de novela das nove, e passo raiva quase que diariamente só pra poder acompanhar algumas personagens que amo (dona noca e rebeca, o mundo é de vocês!) e esperar que outras sumam, pra parar de atazanar todo mundo (conheça a história de bárbara: a mulher que não sabia ler). terminei de assistir uma temporada de malhação e comecei a assistir outra, fiz minha mãe assistir dramas, arrumei e desarrumei meu quarto; passei um ano novo maravilhoso, cozinhando e ouvindo música — uma mixtape que minha namorada fez só pra mim!! — e assistindo novela.

tô pra vir dar um abraço em vocês. ando me sentindo meio longe de mim mesma, não sei se vocês sabem a sensação — uma moleza no corpo que tem a ver com esse calorão maluco, mas também tem a ver com a falta de propósito, ou mais ou menos isso. sinto falta de falar, mas sinto mais falta ainda de ouvir, eu acho; sinto falta de ter conversas existenciais que não fazem sentido. sinto falta de me sentir encaixada no meu próprio corpo, na minha cabeça, no que eu entendo como eu, e sair dessa experiência extracorpórea que já dura tempo demais.

ando obcecada por five nights at freddy’s. não faço a menor ideia do porquê, já que tenho pavor de jogos de terror, mas tenho que admitir que toda a história que cerca o jogo é fascinante.

talvez eu só tenha que vir aqui e dizer as coisas de uma vez, sem deixar tudo pra um futuro que acaba virando futuro do pretérito, né?

5 comentários

  1. primeiramente oi xisss, que saudade da sua presença aqui! do seu texto, de ouvir vc falar sobre as coisas :)

    nossa, sim, há vezes que a pessoa só quer ser ouvida!! afinal, se a pessoa quer conselho ela pede, né? ás vezes caio nessa de ser inconveniente :( ai que legal você ter viajado, sério, ainda espero por esse momento... deve ter sido muito legal aaaaaaa. achei muito fofo você assistir novela (go go noveleiras) e acompanhar, eu até tentei assistir essa que você tá falando, mas termina tão tarde pra mim, pois acordo cedoo ;-;. ela parece ser muito boa, quer dizer tem uma personagem que eu acho muito interessante, só não lembro o nome dela (só assisti um episódio! ela tava na terapia e falava sobre estar num caso com um moço mais jovem que ela e que conveniente, filho da terapeuta hahaha).

    eu entendo demais essa sensação de não estar em si mesma. como observar as coisas acontecerem sem ver, como estar nos lugares e não estar, como realmente não estar no presente, em tempo algum. espero que consiga encontrar conforto de alguma forma. :( é foda saber que vez ou outra essa sensação volta. demora a ir e te assombra com uma volta quando vai. espero que passe logo.

    nossa, eu já ouvi falar sobre five nights at freddy’s, mas nem sei nada da história, vi que tem até série de livros haha, deve ser bem divertido mesmo!!!!!!!! eu gosto de coisas de terror por causa da adrenalina, ás vezes é bom quando tô me sentindo meio meh. tipo um choque hahah

    sim, talvez você deva só vir! mas, tudo bem se não vier, pois o tempo é todo seu.

    té mais, xis <3

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    1. percebi que talvez eu não tenha falado da mesma novela que você :p a do meio das três que passam a noite, eu não curto muito pq tenho a impressão de ser sempre a mesma novela, só com um nome diferente (até os personagens a maioria repete). se for dessa que vc gosta, não me bate kkkkkkkk <3

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    2. que saudade de vocêêê meu deusss. como é possível sentir tanta falta de um bocado de bits e bytes na tela de um computador e notificações de posts e comentários?

      sobre a novela: é essa aí mesmo!! a novela das oito, com a alinne moraes que não sabe ler KKK socorro. eu passo muita raiva com as personagens, mas ela acabou de entrar na reta final — é uma novela bem pequetitinha. A PERSONAGEM QUE VOCÊ GOSTOU É A REBECA QUE É A ANDREA BELTRÃO MARAVILHOSAAAAA <3 eu a amo demais. uma ANJA (a andrea, não necessariamente a personagem). a coisa que eu mais gosto dessa novela é que ela é recheada de PARALELOS. podia passar horas falando disso.

      tenho voltado a me sentir eu mesma, mas é isso mesmo: algo que vai e volta. e o que na vida não é, né? ter a noção de que isso, assim como tudo, passa, me ajuda a continuar e ficar bem :^) espero que você esteja bem também, por agora. os dias de sol (metafórico e literal) já começaram, por aqui <3

      eu MORRO DE MEDO de jogos de terror, mas amei a história desse!!! assisti uns gameplays sem morte (logo, sem 99% dos sustos) pra entender melhor, hahaha. a história do jogo se baseia muito mais nas informações espalhadas dentro dele, áudios, bilhetes, teorias... é bem legal!! eu amo coisas assim rs

      beijos, nic. sempre bom falar com você <3

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  2. Enquanto eu lia seu texto, me veio na cabeça "O estrangeiro", do Camus. É exatamente essa sensação que Camus escreve através do personagem, a estranheza diante da nossa própria existencia, como se fôssemos estrangeiros de nós mesmo. Eu também me sinto assim, mais do que gostaria. Espero que você encontre seu caminho!
    claraaoliveira.blogspot.com

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    1. nossa, gastou na referência!! nunca li nada do camus (a única coisa que eu sei é que ele dá nome a um dos cavaleiros de armadura de ouro dos cavaleiros do zodíaco. obrigada, cultura pop), mas fiquei interessada, com seu comentário. é essa a sensação mesmo — e sempre me impressiona o quanto a experiência humana se repete de novo e de novo, mesmo em épocas, corpos e momentos diferentes.

      por aqui me sinto um bocado melhor, já, mas agradeço o carinho. espero que você esteja se sentindo bem também!

      beijocas!

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