quarta-feira, 20 de outubro de 2021

saudade e desgraça dá que nem chuchu na cerca

faz tanto tempo que eu não venho aqui que nem sei mais como é que se faz pra escrever num blog. ok, pra se escrever de verdade, não só falando das minhas finanças (que estão muito bem nesse mês, aliás, obrigada pelo interesse). eu tenho feito, lido, assistido, escrito, enviado e sentido muitas coisas; seria mentira dizer que eu não tive tempo pra vir aqui (o que eu também fiz um monte foi procrastinar), mas digamos que eu não tinha a energia, ou só que não era o momento certo. mas como momentos certos são uma grande ilusão e eu estava com saudades, cá estou eu.

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eu estou surpreendentemente bem, apesar de muitas notícias e acontecimentos que me tiraram do chão nos últimos tempos, e de uma crise depressiva que quase puxou o meu tapete no pior momento possível — agradecimentos especiais à minha psicóloga querida e também ao meu psiquiatra por não deixarem que isso acontecesse. como eu saí de vez das redes sociais, senti muitas vezes a falta de alguém com quem discutir essas coisas.

crises são engraçadas, porque te deixam extremamente necessitada de falar e, ao mesmo tempo, com a completa certeza de que todo mundo tá ocupado demais pra te ouvir. vai entender.

enfim; coisas aconteceram, e estou tomando um milhão de remédios porque, aparentemente, minha falta de energia era metabólica: deficiência de vitamina D, de vitamina B12, e cortisol baixo. segundo minha endocrinologista, tudo contribuindo pra que eu me sentisse como o zumbi do filme abracadabra. no entanto, a segunda dose da vacina está oficialmente atrasada, o que me deixa meio triste, uma vez que eu só queria ELA: a picada fatal (pro vírus).

é engraçado como tudo parece o fim do mundo quando acontece e, aos poucos, a gente vai percebendo que talvez não seja tão o fim do mundo assim. é claro que isso depende de uma certa estabilidade emocional e psicológica, o que eu tive a sorte de ter, mas é bom saber que a maioria dos acontecimentos não é tão assustador quanto parece. minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama, e foi uma montanha russa de emoções e desesperos e meu-deus-como-é-que-eu-vou-lidar-com-isso, até convencê-la de que eu tava ali e ia às consultas com ela e, depois de algumas broncas, a situação se acalmou um bocado; a médica foi maravilhosa, as cirurgias foram um sucesso, e em breve vamos saber mais sobre o tratamento. é estranho falar disso aqui, porque 1) não é minha história e 2) eu evito falar dessas coisas, porque, como tenho aprendido, ninguém sabe reagir muito bem e a maioria das pessoas assume um ar solene, como se minha mãe estivesse prestes a cair morta a qualquer momento (ela não está). o lado bom é que temos mantido uma rotina ótima, apesar dos revezes, e minha mãe é uma companhia engraçadíssima.

tanto me deparei com o fim do mundo que peguei uma toalha e fiz um piquenique lá mesmo, já que não tinha pra onde ir. a gente aprende a tirar o melhor das piores situações, eu suponho.

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eu meio que dei uma pausa nas minhas leituras — as últimas foram a trilogia de sombra e ossos, do grishaverso, mas confesso que pra mim foi difícil ler, já que a trama e as personagens me faziam querer tacar o livro longe a cada 15 minutos. para a surpresa de absolutamente ninguém, fiquei triste quando terminei de ler, porque nada como uma série muito ruim pra nos distrair das dificuldades da vida cotidiana.

o próximo livro que eu comecei a ler foi teto para dois, da beth o’leary. nota: leiam teto para dois. meu deus, que livro maravilhoso. engraçado, emocionante, nada besta mas ainda assim besta o suficiente. eu descobri que amo a beth o’leary, porque acabei esse livro e fiquei destroçada, até que minha amiga lu me disse para ler a troca, também dela.

é um livro com velhinhos. um livro. com velhinhos.

atenção, isso não é um treino.

descobri que meu novo gênero favorito é “livros com velhinhos”. será que alguém poderia por favor criar o gênero coming of (old) age?

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cartas!! tenho recebido e enviado cartas, várias cartas, inclusive pra um monte de gente daqui; vanessa, lê (saudades dos blogs das duas. inclusive, saudades de vários blogs que entraram em hiato quase que ao mesmo tempo e me fizeram pensar que a desgraça atinge mesmo todo mundo ao mesmo tempo), nic, uma correspondente aqui mesmo da minha cidade, minha avó, a galera toda. escrever cartas não deixa de ser uma das minhas coisas favoritas. inclusive, querendo, é só me deixar um comentário que eu te mando um e-mail — receber uma carta que não é do banco ou de alguma propaganda maluca é gostoso demais.

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vocês já jogaram undertale? nota: joguem undertale. pelo amor de deus. se você gosta de histórias divertidas, jogos relativamente simples e engraçados e precisa de uma distração, JOGUE UNDERTALE! eu amo esse jogo como uma mãe ama um filho.

caso você já conheça undertale e esteja balançando a cabeça afirmativamente e dizendo sim para o que eu disse no parágrafo anterior, provavelmente já ouviu falar ou até já jogou deltarune, que é o novo jogo do mesmo desenvolvedor. eu tinha jogado o capítulo um, e estava economizando o capítulo dois pra quando precisasse. aí, nessa última semana, eu joguei o capítulo dois.

rapaz. rapaz.



eu nem sei o que dizer. jogos muito bons. sensos de humor maravilhosos. eu amo joguinhos.

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ok, vamos falar de séries: eu finalmente assisti the haunting of hill house e the haunting of bly manor, depois de assistir missa da meia-noite com a minha mãe (carinhosamente apelidada por mim de “a missa do capetão”.

gente. gente.

eu gosto muito de coisas com a temática terror/suspense que realmente conseguem usar todo o potencial do que é o suspense e como ele se transforma em terror. dito isso, não achei nenhuma dessas duas séries realmente de terror — as duas vão muito mais pra um lado de drama, e eu estou muito feliz de ter deixado pra assistir só depois de ser cativada pela outra série lá do mesmo diretor. mike flanagan, meu senhor, parabéns.

não vou falar muita coisa, mas vou dizer que vale a pena assistir, se você já não assistiu. e, caso você tenha medo, elas não assustam. confia no pai. e, por favor, venha gritar aqui quando terminar de assistir (dica: assista com alguém. você VAI querer comentar).

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e é isso. nesses últimos meses eu tenho chorado, rido, caído e levantado um bocado de vezes; quero continuar me levantando. quero continuar passando por mudanças e tendo razões pra rir, quero continuar insistindo em tornar o capítulo presente da minha vida um que eu sinta prazer em reler depois de um tempo. tenho sentido saudade de vocês, tenho tentado fazer o que é melhor pra mim e tenho começado a mofar devido à chuva constante em minas gerais (socorro). também tenho sofrido com o meu cabelo, que não tá nem-pequeno-demais-e-nem-grande-o-suficiente, e com as minhas mãos que aparentemente estão ásperas e secas, mesmo que a umidade do ar esteja lá em cima. vai entender.

espero que vocês também estejam bem! por favor, me ajudem a pedir um sol pras minhas roupas secarem no varal, porque não tá fácil pras donas de casa. beijos, câmbio e desligo!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

nóis tarda mas... bom... nóis falha também


menina do céu, e não é que hoje já é dia ONZE e eu me atrasei toda pra vir fazer o #umanosemfazercompras? mas tudo bem, eu cheguei. cheguei meio com saudade da galerinha dos blogs, mas quem sou eu pra falar, se a correria da vida me fez ficar maluca e desaparecer daqui também, né? enfim, vamos ao que interessa.

setembro é um dos meses com mais aniversários do ano, pelo menos das pessoas que eu conheço; é mãe, é primo, é tio, é amizade, é colega... tem aniversário pra dar e pra vender. e, bom, por isso (mas não só por isso) foi um mês meio pesado. a fatura do cartão olhou pra minha cara e disse RÁ RÁ RÁ, eu juro. em minha defesa, eu não gastei além do que podia pagar, apesar de ter dado aquelas escorregadas. e valeu a pena.

✶ gastei mas foi ok:

  • uma calça e um shorts que me coubessem (doei os que não me cabiam mais)
  • remédios (tá na categoria de coisas ok, mas dói no meu coraçãozinho)
  • presente pros meus tios
  • diversos rubens (ubers) por motivos de força maior
  • presente da minha mãe (que foi caro, mas valeu)

✶ gastei e chorei:

  • ifood (um total de 5 vezes no mês. rumo aí ao mês sem ifood, meu sonho)
  • besteiras no mercado (por favor arantxa coma uma jabuticaba um mamão uma banana sabe)
sofri? sim. mas foi um mês fora do comum dos meus meses, também. agora, me deem licença que vou ali me afundar nos meus cobertores e não gastar mais um centavo, enquanto me preparo pra contar pra vocês a surpreendente história de como eu vendi 10 dias de férias totalmente sem querer.

sábado, 2 de outubro de 2021

expectativa x realidade

a gente passa muito tempo pensando que sabe exatamente o que quer e como vai se sentir quando finalmente conseguir algo: um emprego, uma coisa, uma reconciliação. a gente sabe que não, mas age como se sentimentos fossem estáticos e viessem em caixas — essa situação me faz sentir felicidade, essa aqui raiva, essa outra tristeza. a gente pensa que é simples.

hoje eu me peguei simplesmente sem saber o que fazer, quando uma situação que devia ter me deixado feliz me deixou exatamente o contrário. a gente acha que sabe, que é só uma questão de acontecer exatamente como é esperado que aconteça, ação e reação; não é. eu me pego pensando, um nó em alguma artéria do meu coração, que queria que as coisas fossem, de fato, fáceis; que os sentimentos viessem um de cada vez, discriminados, deliberadamente encaixados em cada tipo de situação.

eu me peguei, hoje, querendo que alguém entendesse minha sensação de mais puro cansaço, de desistência, de contrariar o que todo mundo espera que se sinta quando alguém se encontra na situação em que eu me encontrei. a gente acha que pra resolver alguma coisa basta resolver, e não é bem assim; além de vontade é preciso diálogo, além de diálogo é preciso ações e além de ações é preciso consistência. a resolução é rotina, é se esforçar, porque se os problemas não são fáceis, é apenas lógico que as soluções também não sejam.

hoje, eu só queria poder falar com alguém que entendesse o que eu sinto por ter sentido também, por ter marcado na pele a agonia e a angústia e o cansaço e o senso de autopreservação. alguém que também se pergunte, será que é egoísmo?, apesar de saber que tomaria a mesma decisão um milhão de vezes. alguém que me fizesse sentir menos sozinha por me sentir exatamente o contrário do que eu achei que sentiria quando eu consegui algo que achei que queria.

a gente passa muito tempo pensando que sabe exatamente o que quer e como vai se sentir quando finalmente conseguir algo.

a gente não faz nem ideia.

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