sábado, 15 de outubro de 2022

fluxo de pensamento

ou: drops da minha vida

finalmente voltei a ler frankenstein, a leitura que comecei ali pelo começo do ano, empaquei no meio e nunca mais peguei depois que entrei naquele período depressivo abissal. parece que ultimamente eu tenho tido um pouquinho mais de força pra fazer coisas antes que minha energia se esgote por completo, o que é bom, mas ainda não é ótimo. aliás, eu detesto quando as pessoas dizem pra focar no positivo quando alguém fala algo assim — se tem uma coisa que eu gosto, é reconhecer que "estar melhor" não significa "estar bem". a capacidade de se existir em um ambiente fora do ideal, com menos forças do que já se teve, também é algo a se comemorar, mas não significa que não podemos reconhecer que, às vezes, o mundo é mesmo horrível e tudo bem.

nessa busca por coisas que me empolguem, me façam sentir ou pelo menos me tirem do lugar-comum, coloquei extensões em gel nas unhas. é engraçado, porque da última vez que eu fiz isso teve um período de adaptação (se você nunca usou unhas longas, não faz ideia de como a gente usa a ponta dos dedos pra tudo. sério. pra tudo), mas dessa vez já se passaram duas semanas e eu ainda me sinto completamente desajeitada enquanto reaprendo a usar as digitais, e não as pontas dos dedos, pra digitar, por exemplo. comprei algumas coisas de maquiagem da china e estou completamente apaixonada pela textura dos batons. descobri ontem que um dos glitters (é glitters ou glitteres?) prensados que veio numa mini-paleta brilha no escuro. brilha no escuro. muito potencial, mesmo que eu quase nunca saia de casa pra usar muita maquiagem.

tenho sentido mais vontade de me cuidar. pode ser o remédio novo fazendo efeito, ou pode ser só meu corpo dando sinais de vida após meses existindo em reserva de energia e modo de sobrevivência. ainda preciso arrumar um jeito de render mais no trabalho, me concentrar e, bom, ser melhor do que tenho sido ultimamente, mas estou tentando ser mais gentil comigo mesma. é difícil pra burro ser gentil e fazer cobranças aceitáveis na medida certa.

o primeiro turno das eleições me deixou muito animada, e a apuração dos votos me destruiu. fiquei bem triste e quase sem esperança ao ver o tanto de gente que votou não só no bolsonaro, mas em inúmeras pessoas que foram eleitas pro senado. minas gerais segue sofrendo com zema como governador. estou tentando me animar e ter esperanças pro segundo turno, porque é o que nos resta.

vou viajar e ver amigos em breve, e depois passar o mês inteiro em são paulo, em novembro. estou animada!!! isso quer dizer tempo sozinha, silêncio, museus, musical d'a hora da estrela, cafezinho na varanda e comidas diferentes. também quer dizer um mês na mesma cidade de uma das pessoas que eu mais amo no mundo e de quem sempre morro de saudades. expectativas lá em cima (tenho medo de expectativas, mas deixa eu ser feliz, vai).

sinto falta de ver cachorros. por que nenhum dos meus amigos aqui tem cachorro? ou pelo menos um gato muito carente e animado?

o clima começou a esquentar e, apesar das reclamações das pessoas à minha volta, essa é minha época favorita do ano. eu amo o calor, amo o céu azul, amo a luz amarelada do sol e amo a cor das árvores e das flores nessa época do ano. a primavera e o verão me fazem sentir mais viva, e eu não preciso usar roupas de frio, o que é maravilhoso.

assim que eu terminar de ler frankenstein, penso em começar a ler o senhor dos anéis; sinto que fantasia seria algo bem vindo em minha vida neste momento, ainda mais uma fantasia tão... bem, longa. sinto falta de séries de livros que me envolvam como foi a inominável série da inominável autora, ou percy jackson & derivados, do rick riordan. ou o diário da princesa. ou qualquer outra série aí que eu tenha lido. minha única dúvida é se eu tento ler em inglês pra praticar e aumentar meu vocabulário, ou se leio em português, mesmo. em breve (ou não tão breve) chego aqui pra contar pra vocês.

outra coisa da qual eu sinto falta (meu deus, eu sou muito saudosista, não sou?) são pessoas. eu sinto que minha vida se esvaiu de pessoas aos poucos, durante essa pandemia, e durante esse meu período depressivo. acho que eu também desaprendi um pouco a trazer pessoas pra minha vida. nunca é tarde pra se reaprender, mas eu sinto falta. senti falta daqui, inclusive, e de quem sempre troca ideia comigo e me deixa feliz quando escreve qualquer coisa nos próprios blogs. é muito bom se sentir parte de algo.

já estamos na metade de outubro!! não sei se o ano passou voando ou se estou presa num looping temporal. alguém podia bem me convidar pra uma festinha de halloween em que eu pudesse ficar sentada, fofocar e comer coisas gostosas.

por enquanto é isso. até a próxima!

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

coragem assusta

na semana passada, eu viajei pra trabalhar presencialmente, pela primeira vez desde... março de 2020. como eu mudei de emprego recentemente, não foi aquela experiência de reencontrar velhos amigos, e sim a de conhecer gente nova — que, não sei pra vocês, mas pra mim é bastante assustadora. principalmente depois de tanto tempo sem realmente conhecer gente nova pessoalmente.

em geral, as pessoas sabem que eu não estou no momento mais harmonioso da minha vida. eu deixo isso claro, porque é mais fácil usar justificativas verdadeiras do que ficar inventando motivos pelos quais eu estou introspectiva, ou cansada, ou querendo ficar numa sala sozinha durante 5 dias inteiros. dito isso, mesmo conhecendo meu time há só um mês e meio (!!!), foi uma experiência muito doida. doida de um jeito bom, pra variar.

o escritório da empresa é em são paulo, então todo mundo de fora viajou pra lá, eu inclusa. fiquei na casa da minha amiga luisa, que é uma das pessoas mais gentis do mundo e literalmente me tratou como uma filha enquanto eu estava na casa dela, com os bônus de me cobrir antes de dormir e me dar tchau no primeiro dia de trabalho, hahaha. te amo, amiga. também pude ver minha amiga depois de um período bastante conturbado na minha vida, o que é sempre bom.

o trabalho em si foi uma loucura — o escritório é enorme. não tô brincando, enorme MESMO. eu e o meu time nos perdemos no primeiro dia tentando encontrar uma sala (sim), porque todos os andares são parecidos. juro pra vocês, dá pra fazer uma caça ao tesouro tranquilamente naquele prédio. tudo lá é muito bonito, e foi muito louco estar num  ambiente de trabalho de novo (não sei como é pra vocês, mas aqui meu “ambiente de trabalho” é meu quarto, mesmo), com pessoas em volta, sem a minha cama ali do lado e sem poder tomar um banho no meio do expediente. ao mesmo tempo em que é muito bom separar os ambientes, é cansativo entrar de cabeça nisso depois de tanto tempo trabalhando do conforto da minha casa, às vezes (muitas vezes) me dando ao luxo de ficar de pijama durante boa parte do dia. e, mesmo sento um bocado cansativo, nada se compara a poder ver as pessoas com quem você trabalha ao seu lado, juntar as cadeiras e ter discussões sobre qualquer assunto, a qualquer hora. as piadas são diferentes, a interação é diferente. a gente se lembra de que nada se compara a ver alguém pessoalmente.

eu saí dessa semana destruída, não nego — já tava funcionando na reserva de energia, e agora eu tô em modo recuperação, ligada na tomada pra funcionar, que nem notebook com a bateria viciada. conhecer meu time pessoalmente foi bom, mas ainda assim, são pessoas que eu conhecia há menos de dois meses antes de encontrar pessoalmente, o que torna tudo... informação demais. ainda não tem uma intimidade que torne tudo mais fácil. não quer dizer que eu não tenha adorado todos eles, só que eu provavelmente precisei de mais energia nessa primeira vez do que vou precisar das próximas vezes.

na sexta, a sensação era a de só querer ir embora pra casa, ao mesmo tempo em que era meio inacreditável que eu não iria encontrar todo mundo outra vez na segunda. ainda tô aqui pensando no que meus times acharam de mim, e esperando que não tenham se deixado levar pelo fato de que eu sou uma senhora cansada e não saí com eles todos os dias. eu precisei de muita coragem nessa viagem: coragem pra ir, coragem pra conhecer todo mundo, coragem pra me impor, coragem pra admitir que estava cansada, coragem pra me abrir. coragem cansa, e coragem assusta; a gente precisa de coragem até pra ter coragem, porque tem vezes que se arriscar parece loucura. eu fico feliz em ter passado por isso, e espero que, com o passar do tempo,eu tenha amigos no meu emprego atual que sejam tão queridos quanto os que eu fiz no meu emprego anterior.

sábado, 23 de julho de 2022

bate-bola, jogo rápido

(ou: viajei sem meu diário e tenho pensamentos demais pra cabeça de menos) 

  • sair em dias de sol, bonitos, ver o céu e estar em boa companhia fazem maravilhas pelo coração
  • chequei meu pulso o dia todo. ser uma pessoa ansiosa tem dessas. ando inquieta por vários motivos, mas bem que meu corpo poderia me dar uma folga
  • eventos culturais são divertidíssimos e conhecer coisas novas é ótimo
  • às vezes eu me pergunto se eu sou atenta a como os outros se sentem, ou se sou só chata. é difícil se desligar da ideia de que eu demando muita atenção e cuidado, o que acaba fazendo com que eu diminua minha presença e minhas necessidades até virar uma bolotinha mal-resolvida
  • será que eu devia só largar tudo pra lá e me mudar independente do que for acontecer?
  • mas e se???
  • sinto falta de segurar sua mão e de andar por aí com você. sinto falta de estar perto e poder encostar em você a qualquer hora. nos últimos dias, tenho pensado em como queria ter aproveitado mais a viagem pra te ver em março. me pego percebendo que sua presença me acalma e o quanto eu sinto falta disso em um momento conturbado como esse — logo depois, me sinto egoísta por pensar assim. queria conseguir agir mais e pensar menos, me resolver de uma vez... mas não consigo, não por enquanto. desculpa o meu jeito errático
  • quando é que a gente se sente o suficiente? esse momento chega, ou é só uma mentira que contam por aí?
  • se tudo é importante, nada é importante. só dá pra priorizar uma coisa entendendo que a outra não merecia tanto assim o mesmo espaço (isso vale pro trabalho, pro emocional, pra vida)
  • redes sociais são horríveis e eu tô quase abdicando do instagram, meu último canto depois que excluí meu twitter. acho que eu sentiria falta dos reels, vídeos engraçados o tempo todo, trocar momentos com quem eu amo, mas não sei o quanto consumir o tipo de coisa que o instagram me oferece me faz bem. no fim, é só uma rede que quer que eu fique online o máximo de tempo possível e que vende meus dados por aí
  • medo medo medo de tudo o tempo todo medo do futuro medo do passado medo do agora medo de decisões medo de atitudes medo da falta de decisões e da falta de atitudes medo de nada dar certo medo medo medo
  • queria não estar tão apavorada com a perspectiva de estar regredindo com a ansiedade
  • que triste é perceber que a gente vem de um lar quebrado e tá num núcleo quebrado que só vai te segurar enquanto você estiver ali
  • se eu fechar os olhos e for sincera comigo mesma, eu sei o que eu quero. o que você quer?

quinta-feira, 21 de julho de 2022

todo dia ela faz tudo sempre igual

...fica ansiosa às seis horas da manhã

ultimamente, por mais que eu queira ter coisas maneiras pra falar, tenho ficado maluca de ansiedade no dia-a-dia. os motivos da ansiedade variam: não sentir que tenho tempo ou organização o suficiente pra fazer tudo o que preciso fazer no trabalho, me sentir colocada contra a parede por alguém no trabalho, sentir que não tenho tido agência sobre as minhas próprias escolhas... por mais que eu esteja vindo de um histórico em que minhas atitudes em relação à ansiedade foram positivas, acho que cheguei num ponto em que simplesmente não sei o que fazer. a vontade é deitar no chão e esperar a vida passar.

eu tenho me sentido uma vitrola quebrada, reclamando sobre as mesmas coisas, como se eu estivesse naquele episódio de o laboratório de dexter em que ele só consegue dizer "omelette du fromage". eu sei que é um assunto surrado, mas é terrível não se sentir "no direito" — e digo isso com todas as aspas possíveis — de desabafar sobre estar se sentindo mal, já que frequentemente são os mesmos assuntos que me deixam assim. no fim, essa ausência do desabafo se torna uma falta de confiança na minha capacidade de fazer as coisas: será que eu sou mesmo o que esperam de mim? eu devia saber fazer isso aqui? será que estou agindo da melhor maneira comigo e com os outros?

faz um tempo desde que minha vida começou a passar por um monte de mudanças, e geralmente é aí que minha ansiedade apita mais alto — quando acontece algo que sai do que foi planejado, mesmo que eu não planeje tanto assim a minha vida. sempre que alguma situação me tira do que eu enxergo como familiar ou rotineiro; tudo o que é fora do que é confortável. ultimamente, tenho reparado, é preciso um pouco mais que isso: quando situações (no plural) assim se combinam eu me sinto presa numa rua sem saída, e é aí que a ansiedade me pega em toda a sua glória. esses dias, amanda me disse que uma das palavras que eu mais tenho usado é "exaustivo"; eu acabei percebendo que "cansaço" e suas derivadas também fazem parte desse pacote. esse cansaço vem do acúmulo, uma situação em cima da outra, algumas que dependem de ações minhas, outras que estão ali puramente pra me cutucar com um pedaço de pau enquanto eu não posso fazer nada sobre elas.

um dos meus questionamentos recentes tem sido o que motiva minhas decisões — eu sinto que não tenho decidido nada porque eu quero, e sim porque existe uma pressão externa de que minha decisão vai afetar alguém de forma negativa. quando eu penso em me mudar, por exemplo, ao invés de os prós e contras serem a respeito da minha capacidade de morar sozinha, eles são sobre como a minha saída iria afetar a dinâmica da minha família. e, como deu pra imaginar, são só contras. um combo de ansiedade e chantagem emocional, programados no código-fonte da minha mente.

nesses momentos de angústia, eu me pergunto se as decisões da vida adulta vêm mesmo banhadas em culpa, ou se é um caso aqui e outro ali. tenho me sentido exausta, sim, mas de me sentir culpada, chantageada, sozinha, colocada contra a parede. assombrada pelas decisões que eu tomo e pelas que eu não tomo. a gente quer tentar começar do zero, mas nunca dá pra começar exatamente do zero, né? sempre existe algo que veio antes, porque não dá pra apagar tudo o que levou a gente a ser quem a gente é. queria pegar mais leve comigo mesma e com as outras pessoas, mas sinto que finalmente passei a encarar uma parte de mim que eu não conheço tão bem assim, e que eu nem sei começar a definir, pelo menos não por enquanto.

fico desejando um abraço e um colo pra chorar, mas me resigno a encarar o espelho até reconhecer quem eu vejo nele.

torcendo pra que o consolo venha justamente dali.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

pensando pensamentos mais uma vez

acho que faz um bocado de tempo que eu não falo diretamente sobre alguma coisa aqui, né? não sobre algo não-misterioso-e-potencialmente-causador-de-felicidade. eu sei. é só que, às vezes, eu preciso escrever um pouco mais pra mim do que pros outros.

mas, bom, eu ainda estou aqui, também — a instância que também gosta de falar de bobeira e de coisas felizes. é engraçado falar desse jeito, porque parece que são duas pessoas: eu e meu alter-ego, o feliz e o triste. não é assim, claro. insira aqui toda aquela conversa sobre a vida não ser isso ou aquilo, nem preto no branco.

eu sinto falta de escrever de uma maneira mais estruturada, às vezes. tudo bem que esse é meu lugar pra pensar pensamentos, mas também é importante fazer sentido. e, pra estruturar o que a gente escreve, às vezes é bom escrever sobre coisas que já fazem sentido dentro da nossa cabeça, também.

é difícil ser doida, gente. não subestimem o quanto de energia que ser doida requer das pessoas.

enfim! como vão vocês, afinal? eu tenho percebido que a blogosfera, como sempre, está mais nos baixos do que nos altos. sinto falta de ler todo mundo, mas sei como é; a vida não tá dando muita folga. ainda mais com essa queda de temperatura, que já me fez ter duas (não uma, DUAS) crises de sinusite, em que parece que minha cabeça é um balão prestes a estourar. dica pra quem sofre com sinusite: tylenol sinus pode ser seu melhor amigo. com certeza é o meu.

eu não diria que estou bem, mas também não diria que estou mal. talvez um pouco mais mal do que bem, mas, bom, é discutível. estou relendo uma tirinha que está no ar desde 2010 e é postada todos os dias, então isso tem me deixado ocupada e talvez levemente obcecada (são MUITAS tirinhas). estou me adaptando ao meu novo trabalho... tem isso, aliás. eu cheguei a contar pra vocês que troquei de emprego? acho que não. mas eu troquei de emprego!! e, surpreendentemente, foi pro emprego que eu citei na minha primeira entrevista de emprego, lá em 2019, como a resposta pra clássica pergunta “onde você se vê em 5 anos”. e nem se passaram 5 anos ainda!!! pequenas vitórias. pequenas grandes vitórias.

também fiz uma viagem a são paulo, encontrei pessoas, desabafei horrores, comi coisas diferentes e pude abraçar pessoas que eu gosto. eu sinto que estou sempre falando que viajei pra lá e pra cá aqui, mas nunca falando das viagens — talvez eu só prefira viver as coisas e não ter que pensar nelas de forma descritiva depois. essa pode, inclusive, ser uma das razões pelas quais eu nunca me importo em tirar fotos de momentos divertidos com quem eu gosto.

ah, outra coisa: assim como há um tempo eu assisti todos os filmes da série pânico, agora eu decidi assistir todos os filmes de jurassic park. sim, eu sei que sou maluca. isso não tinha ficado decidido ali no quarto parágrafo? de toda forma, queria deixar claro que o primeiro filme é incrívelmente... parado, pra um filme de ação. eu tenho a impressão de que o segundo e o terceiro filme da franquia são mais emocionantes, mas veremos. talvez venha aí um post só falando sobre como foi reassistir jurassic park, porque, meu deus, algumas pessoas nesse filme são muito burras.

e é isso! saudades de falar com vocês. estou voltando a escrever cartas (é um hobby que precisa de muita e pouca energia, ao mesmo tempo, então eu estou constantemente parando e voltando. é complicado), então podem me enviar endereços em arantxa.carolina (arroba) gmail.com, caso queiram se comunicar de uma forma muito lenta, porém bastante divertida. e vai ficar tudo bem, eu acho. sempre fica tudo bem, no fim.

beijocas!

sábado, 2 de julho de 2022

é impossível vencer

esses dias, saí com uma amiga pra conversar sobre a vida. um monte de coisas acontecendo com nós duas, mas nem tanta vontade assim de entrar em detalhes, então fomos tomar um cafezinho e desafiar as estatísticas da vida adulta, em que as pessoas nunca se encontram fora do circuito trabalho-casa-casa-trabalho. ela me perguntou como foi minha viagem a são paulo, eu perguntei como estavam as coisas no trabalho e na vida dela, e ela se lembrou que eu tinha comprado um computador — o meu antigo, coitado, demorava meia hora só pra começar a funcionar depois que eu apertava o botão de ligar.

“e seu computador novo, chegou?” eu disse que sim, e que ele era bom, bem parecido com o que eu usava no meu emprego anterior: bastante memória, um processador rápido, resolução boa... mas, no fim, eu só queria um computador pras minhas coisas pessoais, assim eu não precisaria misturar vida pessoal e trabalho. “mas você usa ele pra quê?” ah, assistir minhas séries, jogar um joguinho aqui, outro ali, poder mexer no whatsapp e telegram sem precisar do celular por perto... entre outras coisas, claro. foi aí que ela ficou indignada: “não acredito que você comprou um computador bom só pra assistir série. comprasse logo uma TV, né!”

fiquei pensando nisso na hora, e esse questionamento não saiu da minha cabeça. eu respondi que não tenho tanta vontade assim de ter uma TV — um computador me atende bem melhor, e eu consigo fazer tudo o que quero, bem como possíveis freelas.

a questão não é precisar de uma TV ou de um computador. a questão é: por que o que eu quero não pode ser mais importante do que o que os outros acham que eu devia querer?

de certa forma, eu tenho certeza que esse assunto é bem dois-mil-e-oito-esco; existe um certo nível de drama em falar sobre coisas com as quais ninguém se importa muito, porque ninguém deveria se importar. mas me incomoda que eu tenha que justificar minhas escolhas o tempo todo. dizer que prefiro computadores porque quero jogar, e não dá pra jogar em uma TV a menos que você tenha um videogame. dizer que um computador me atende melhor, porque eu também preciso fazer coisas relacionadas à internet que não têm a ver com o meu trabalho, e mexer no celular o tempo todo me dá um irc. explicar que digitar em um teclado físico é muito melhor do que o teclado do celular, restrito aos meus dedões.

mas nunca deixo de me admirar, da pior forma possível, com como as pessoas não acreditam que minhas decisões a respeito das minhas necessidades são as melhores pra mim. é uma coisa tão pequena e, mesmo assim, tão espinhosa.

às vezes parece que é impossível vencer.

terça-feira, 28 de junho de 2022

nem sei mais como se escreve

os últimos tempos têm sido uma loucura. muita coisa acontecendo, deixando de acontecer, muita música sendo ouvida (e, ao mesmo tempo, nem tanta música assim), muitas expectativas e, aqui e ali, meu coração gentilmente partido por mim mesma.

tem acontecido essa coisa engraçada em que eu começo a escrever com um raciocínio em mente e acabo entrando em uma frase longa demais, e em outra frase, que envereda em outro assunto, e assim eu acabo um parágrafo sem fazer a menor ideia de qual era o objetivo daquilo ali, me obrigando a reler o início pra tentar entender. já faz um tempo que eu so aceito ao invés de reler o início, porque isso me faz querer apagar a frase toda, e eu sei que são coisas que eu só precisava escrever. tenho escrito principalmente nos meus diários, um registro de sentimentos que são tão simples quanto parecem complexos — tristeza, angústia, arrependimento e uma pitada de aceitação.

ando debatendo comigo mesma (e também me debatendo, porque a sensação é a de que estou correndo contra as paredes de um quarto vazio) como é difícil aceitar minhas próprias decisões quando nada é certo nessa vida; em uma releitura de dumbing of age (coragem, porque a tirinha começa em 2010), me peguei pensando em como deve ser reconfortante acreditar que o destino já foi definido por algo maior do que tudo o que se conhece, que cada ação e cada sentimento é um passo na direção do futuro que sempre foi seu. pra alguém que sempre quer tomar as melhores decisões, é difícil aceitar que não existe "certo" e "errado" e que eu só tenho como saber as consequências quando escolho sentir e fazer o que sinto e faço. falei pra minha psicóloga hoje: ser maduro é um saco. não ter certeza das coisas é um saco. bancar suas próprias decisões é um saco — e às vezes, como ela mesma me disse, as decisões nem são tão nossas assim. o livre arbítrio fica em segundo plano quando a gente pensa em todos os padrões que já foram programados na nossa cabeça e nas situações que não nos deixam muita escolha. significa que vai ser mais fácil? é claro que não.

ao mesmo tempo, eu tive dias muito bons, nessas duas últimas semanas. vi gente que amo, me senti acolhida por pessoas que eu acho muito maneiras, precisei construir e destruir tudo o que eu entendia como expectativa e maturidade. pude abraçar, acarinhar, desabafar, encarar, beijar e aceitar que alguns desses eu não farei por algum tempo — o que também me fez chorar um bocado. pude ver o que é o amor de perto e de longe (ha! jogos de palavras, porque quem eu amo tá sempre longe). prefiro de perto, se for pra escolher. cheguei em são paulo com a promessa de frio e tive um dia de 30° de presente! vivi coisas que nunca tinha vivido antes, e outras que já vivi um milhão de vezes. tenho que me lembrar que nada é totalmente bom ou totalmente ruim: as coisas apenas são, e a gente faz delas o que dá pra fazer.

talvez eu pareça muito fatalista porque estou com uma crise de sinusite daquelas, morrendo de medo que seja coronavirus; talvez porque, masoquista que sou, acabei de ler o lado fatal, e além de afetada pela leitura estou pensando que queria ter conhecido e apreciado mais lya luft ainda em vida. mas ah, pros diabos com isso. me pego pensando em como tantas coisas na vida são pequenas mortes, e em algo que a menina que eu gosto me disse: ei, eu não morri!, e em como isso sempre me faz pensar na música firewood, da regina spektor, quando ela diz: "you're not dying / everyone knows you're going to live / so you might as well start trying". às vezes é difícil seguir essas palavras à risca. é difícil tentar, mas não tem como evitar, ao mesmo tempo. que loucura, né?

tenho sentido saudades de muita coisa, até me dar conta de que não preciso continuar sentindo saudades de tudo. algumas saudades são inevitáveis, e outras dependem só de mim, mas eu também não gosto muito da pressão que isso coloca sobre mim. ando num momento meio "vamos só viver e ver no que dá". dei uma matada no um ano sem fazer compras, sinto falta de escrever de forma doida sobre um monte de coisas e, quando eu penso nisso, só o que me vem à mente é que eu preciso viver um monte de coisas pra escrever sobre elas. pra me apaixonar de novo. pelas coisas. pela vida. pelo mundo.

então vamos, né? não dá pra viver só de saudade.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

coração descompassado


quantas vezes a gente precisa se contentar com menos do que a gente quer porque não tem outra opção?

eu penso em poetas, em proseadores, e no quanto dói escrever. como disse helen dia desses:

Escrevo em pelo menos duas ocasiões: quando estou muito feliz — e é o tipo de texto que me arrependo e acho horroroso — ; quando estou muito indignada ou triste — são meus textos favoritos, mas os mais difíceis de ler. Tanto que é grande a possibilidade de eu não me ler e abandonar o texto publicado por aí, para outros olhos que não os meus.

Isso já é horrível. Mas acontece que não escrever é pior ainda, e é por isso que estou tentando, com medo.

sem destino, um velho mundo (helen araújo)


me pergunto quantas dores um coração precisa sentir para precisar colocar tudo em palavras. às vezes a dor é aguda, imediata; às vezes é lânguida, morna, demorada, quase como se não estivesse ali. e é esta segunda a que mais me dói, porque me faz pensar quando é que vai ter fim o tormento de sentir aquela dor ali, ou pior — se eu vou ter que me acostumar e tratá-la como se sempre houvesse estado ali.

ao mesmo tempo, o coração em regozijo também escreve; não só escreve, como registra. eu acredito que as palavras servem tanto para que nos lembremos de que o que é difícil passa, quanto que o que é bom chega, e existe. a escrita é feita para salvar, seja ela corda que nos tira de um poço sombrio ou sustento quando a fraqueza parece maior do que a vontade de resistir.

eu penso em como me contentar com algo que não é o que eu quero, mas sobre o qual não tenhpo nenhum controle. porque, vejam bem, a sociedade é um contrato, e um contrato significa que o controle — qualquer pouco controle que temos sobre qualquer coisa nessa vida — é dividido entre pessoas; plural, mais de uma. nem sempre é possível entrar num consenso, e isso faz com que nossas vontades estejam sujeitas ao acaso da concordância, essa que nem sempre vem.

o sentido me foge porque eu sinto que falta algo; uma peça no meu coração, um buraco no meu peito que devia estar preenchido, mas se mantém aberto. heart skipped a beat, but when i caught it you were out of reach, como já diria a música. como me contentar com o desencontro do tempo, da vontade, da necessidade, do sentimento?

acho que a gente não se contenta. no máximo, algumas vezes, a gente aceita.

e o coração continua descompassado, esperando o momento de voltar pro lugar.

terça-feira, 10 de maio de 2022

coisas a dizer


muitas coisas acontecendo, muitas coisas na cabeça e a sensação de que eu não vou dar conta de todas elas, como se minha força de vontade fosse se desfazendo. se sou eu que tomo as decisões, por que ainda dói? e se tudo acontece como deveria, por que a vontade de voltar atrás?

uma das melhores e piores coisas da terapia é aprender que não existe necessariamente uma grande verdade a ser alcançada, e não existe um sentido maior por trás das decisões que você toma; são só decisões. acho que isso é ainda mais assustador do que se de fato houvesse alguma razão sobrenatural me guiando através dos dias. tiraria um bocado da minha indecisão, de não saber se uma decisão foi a melhor a ser tomada (não existe melhor ou pior), se eu deveria fazer alguma coisa e encarar as consequências (só fazer vai responder a essa pergunta), se eu deveria aceitar. eu sei que a dor passa, mas quando passa? como passa?

às vezes, eu acho que finquei uma faca no meu peito. outras vezes, acho que só tirei ela de lá. tenho precisado de amor e carinho e me pergunto se me afastei disso ou se só voltei um braço deslocado pro lugar.

quando é que a vida vai deixar de ser vivida como se eu estivesse dentro de um aquário?

(será que não sou eu quem deveria responder a essa pergunta?)

domingo, 8 de maio de 2022

what is love? baby don't hurt me

(don't hurt me no more. tunts-tunts-turun-tun-tunts)

eu tenho a impressão de que falar de sentir falta de me apaixonar é um dos meus tópicos mais frequentes por aqui — se não por aqui, na minha cabeça. parece que muita coisa ainda ficou meio anestesiada nesse meio-tempo em que... bom, na verdade eu nem sei que “meio-tempo” é esse. só sei que sinto falta de fazer e querer e sentir coisas que também me faziam sentir viva. acho que eu tropecei numa pedra e fiquei presa naquele momento em que você sente o corpo caindo e não sabe se só vai de cara no chão ou se seus reflexos vão ser rápidos o suficiente pra você conseguir se manter no mesmo rumo, meio que um estado de suspensão. e a coisa é que eu não sei o que é melhor: o tombo ou a corridinha disfarçada.

uma das coisas que me fez pensar isso foi heartstopper. vocês assistiram heartstopper? meu deus, que série. que quadrinhos. que tudo. e, principalmente, que saudades de estar num lugar procurando outra pessoas e sentir o coração dançando lambada com toda a emoção e expectativa.

ao mesmo tempo, eu vejo gente postando pela internet a paixão e o amor e sinto um pouco de... medo? medo, eu acho. receio dessa coisa de se entregar completamente, apesar de ser bem adepta dessa ideia. acho que não só anestesiada, eu fiquei um pouco receosa de muita coisa, também. mas que graça tem o amor se não é intenso? ou será que eu associo amor a uma constante de coisas acontecendo e ele não precise ser assim?

talvez nada disso faça sentido. só sei que sinto falta de olhares com significado, de pegar chuva num festival, de rir até chorar com meus amigos, de sentir que estou feliz, realmente, verdadeiramente feliz.

(não é que eu não esteja. é só que não exatamente.)

p.s.: há 1 ano, eu postava aqui pela primeira vez. parabéns!!!

domingo, 6 de fevereiro de 2022

vinte mil reais submarinos

  


esse mês (na verdade, mês passado) eu tava pensando que queria rever minhas prioridades de vista e, consequentemente, de gastos. por esses dias, cheguei a pensar se não valeria a pena começar o um ano sem fazer compras de novo, mas aí não tem graça — eu posso fazer uma segunda vez, se quiser. o negócio é manter a não-gastação em mente.

coisas boas de janeiro: finalmente juntei todo o dinheiro que me propus a juntar pra me mudar (que, para os curiosos, era vinte mil reais)!! tô muito empolgada com isso e, mesmo parecendo pouco, orgulhosa de mim mesma. agora, tô procurando apartamento e me sentindo LOUCA. mas vamos aos gastos de janeiro:

✶ gastei mas foi ok:

  • testes de covid (a família toda pegou, mas eu e mamãe ficamos assintomáticas, amém. aliás, que teste CARO, meu deus)
  • presentinho pra minha sogra
  • bolo de aniversário pra mim!!
  • cinema
  • dois jogos na promoção da steam que saíram por 27 reais
  • um pijama, que é o único tipo de roupa aceitável pra se comprar (e é lindo, dos ursinhos carinhosos)
  • potes de vidro pra minha mudança + absorvente reutilizável

✶ gastei e chorei:

  • ifood (queria conseguir vencer o MONSTRO que é o ifood em minha vida. seguimos tentando)
  • um negocinho pra ver se minha foliculite no bumbum me deixa em PAZ
  • meus óleos essenciais (e vegetais) (porque os meus tinham acabado)
  • um novo pilci de nariz
  • mangás pra completar minha coleção de ouran host club

tô mudando um cado minha concepção de gastei e foi ok e gastei e chorei. acho que tudo bem gastar com coisas que me deixem feliz, desde que seja pensado, e não um exagero (vide o tanto de dinheiro que gasto com ifood). decidi que esse ano não vou comprar roupas MESMO, porque compras online acabam sendo uma válvula de escape pra minha ansiedade, mas não resolvem nada (e só pesam na fatura do mês). também passei a doar uma quantia mensal pro projeto da casa do vira-lata — mas isso entra em fevereiro, e ainda devo falar disso antes do próximo post de finanças.

rumo ao #fevereirodafaturabaixa! (kkkrying)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

é big o seu bumbum

olá pessoas!!

esses dias (o que quer dizer “em algum momento dos últimos meses”) eu estava pensando se escrevia pra mim, mesmo, ou pra falar com outras pessoas. tenho quase certeza de que já falei disso aqui, mas pra mim é meio que os dois: às vezes eu quero botar um monte de coisa pra fora do meu sistema sem precisar de nenhuma resposta, e às vezes eu quero falar especificamente com as pessoas que existem nesse mundinho e que me fazem bem. daí eu penso: será que faz tanta diferença assim, o motivo pelo qual a gente escreve? se escrever em si já quer dizer tanta coisa pra mim, não faz diferença se eu busco uma opinião ou se só despejo várias palavras que não cabiam mais dentro da minha cabeça.

dito isso: bom dia!

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o ano começou e nem parece; será que a gente inventou essas datas de renovação para que tudo não pareça sempre mais do mesmo? eu fico pensando que o ano novo quase sempre não tem nada de novo, só é uma noite em que eu sinto a ansiedade enquanto tento me sentir renovada, diferente, e busco entender o que exatamente devia sentir no ano novo. às vezes é só pra ser um feriado no qual a gente não trabalha e, se tiver sorte, emendar o fim do ano com o natal. por mais que eu tente ser (ou apenas me sentir) diferente, eu sou sempre a mesma — acho que mudo menos de-uma-hora-pra-outra, e mais a passos de besouro; não posso ter um instante de renovação, porque a renovação é tão constante que é quase difícil percebê-la se eu não parar e apertar bem os olhos. tipo quando a gente pensa em como era há três, cinco, dez anos, e se surpreende porque era diferente demais e, ao mesmo tempo, nem tão diferente assim. é tudo muito subjetivo.

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meu aniversário é em janeiro, no dia vinte e três. fiz alarde em todos os cantos que pude pra lembrar as pessoas dessa data de renovação (que pra mim faz muito mais sentido, já que é um dia em que a gente sente que o mundo tá ali pra agradar a gente! só vantagens): contagem regressiva no instagram (que reativei só pra isso), nas reuniões diárias do trabalho, todo dia um “faltam tantos dias pro meu aniversário” à mesa do café. apesar de ser uma data mais interessante do que o ano novo, na minha humilde opinião, é outra data que me traz alguma ansiedade por não saber exatamente o que eu quero. ganhar presentes? ganhar a atenção das pessoas queridas pra mim? me sentir querida? lembrada? sempre acabo ficando chateada quando alguém de quem gosto muito se esquece do meu aniversário, sempre acaba acontecendo algo que me chateia nesse dia. talvez porque eu ache que o universo devia se virar pra me deixar feliz, qualquer desvio dessa regra me deixa triste — mas a tristeza também é um sentimento no mínimo interessante pra se ter no aniversário. minha mãe bateu panela cantando parabéns à meia-noite, eu acordei na hora do meu nascimento pra me dar um abraço de parabéns, e tive meu segundo aniversário consecutivo com o tema “galinhas” (pra quem não sabe, eu amo galinhas). soltei bolhas de sabão pela janela de casa, assisti filmes com a minha mãe e cochilei.

por mais que eu tenha me chateado com isso ou aquilo, foi um bom dia.

sim, isso são duas galinhas em cima do bolo. não, eu não lembrei de tirar foto só dele :')

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enviei cartas que estava pra enviar há um tempão e não tinha conseguido, porque a peste me alcançou (não se preocupem; meu teste deu negativo pra covid, mas positivo pra bonita). estou com saudades de cartas chegando pelo correio, mas tenho que fazer minha parte, né? recebi um livro muito fofo da van de presente, assim, do nada, o que prova que às vezes a gente encontra pessoas muito queridas muito por acaso, mesmo. queria sair e caminhar pelos bairros arborizados da cidade. queria caminhar por aí à luz do luar (e dos postes urbanos) sem me preocupar com nada além de, bom, talvez não ser assaltada. estou com saudades de muitas coisas e nem consigo enumerar todas, mas essa é uma constante na minha vida, eu acho — a gente vai envelhecendo e passando a sentir saudade de muita coisa. amanhã vou na imobiliária pegar algumas chaves pra começar a visitar apartamentos, porque vou me mudar até o meio do ano, se tudo der certo — socorro! —, e algo que sempre me surpreende é como a gente pode, ao mesmo tempo, querer tanto e ter tanto medo de mudanças. nesse caso, literalmente.

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tenho quase certeza de que a minha vitamina D está baixa, porque tenho me sentido tão sem forças que nem sei. eu já estava com deficiência da bendita, mas meu suplemento acabou e cá estamos nós. tenho passado por períodos bem desanimados (creio eu que parcialmente por culpa dessa vitamina aí), mas ultimamente tenho me sentido mais bem-disposta. estou reaprendendo a ler as horas rápido no relógio de pulso analógico que ganhei de presente, mas sempre me embolo fazendo a conta dos minutos. comprei alguns óleos essenciais e uma das minhas felicidades têm sido cheirar o aroma de laranja doce durante todo o dia, no meu colar difusor. se vocês quiserem sentir o cheiro da felicidade, cheirem o óleo essencial de laranja doce. o negócio é mágico — um cheiro azedinho, gostoso, de árvore em dia de sol, e ao mesmo tempo de laranjinha sendo descascada e cortada pra você comer. o negócio é sem condições. voltei a fazer exercícios depois de uma pausa de um mês do fim do ano passado pra cá, e fiquei dolorida por uns 3 dias no segundo treino. por que é que a resistência muscular não pode se manter sozinha??? mas tudo bem, a gente malha é pra ficar que nem a luisa de encanto.

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tava com saudades. tô sempre com saudades. espero que vocês estejam bem — se cuidem, tomem sol (se possível) e façam carinho em animaizinhos! um beijo e um cheiro (de laranja doce!) ♥

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

futuro do futuro do futuro (do pretérito)

faz tempo que eu quero vir aqui, pois sinto saudades; e mais do que saudades, a necessidade de conversar com gente que me escute. e me entenda. sabe como é difícil, hoje, falar com alguém que não te dê sugestões, soluções, conselhos a cada momento? pior que eu nem culpo algumas pessoas — é tão automático sugerir uma resposta pras angústias alheias que, se a gente se distrai por um instante, logo tá lá: opinando. resolvendo (ou complicando) a vida alheia.

tô pra vir aqui desde novembro (novembro!!!), pra contar das minhas férias; como fui a são paulo, me vacinei, quase encontrei a lê, finalmente vi minha namorada depois de um milhão de anos e fiz uma tatuagem combinando com minha amiga lu. em como encontrei gente querida e respirei ar fresco e me permiti, por um pouquinho, viver muita coisa que não vivi nos anos de pandemia: ir ao teatro, ir ao cinema, passear, comer na rua. pelo amor de deus, comer na rua. que falta que fazem as coisas cotidianas.

tô pra vir dizer que entrei e saí de períodos ansiosos, depressivos, que comprei um caderno que é o diário perfeito em são paulo (tem aquelas folhas que são porosas o suficiente e mais grossinhas, sabe?); comecei a ver a novela das oito, que sempre chamo de novela das nove, e passo raiva quase que diariamente só pra poder acompanhar algumas personagens que amo (dona noca e rebeca, o mundo é de vocês!) e esperar que outras sumam, pra parar de atazanar todo mundo (conheça a história de bárbara: a mulher que não sabia ler). terminei de assistir uma temporada de malhação e comecei a assistir outra, fiz minha mãe assistir dramas, arrumei e desarrumei meu quarto; passei um ano novo maravilhoso, cozinhando e ouvindo música — uma mixtape que minha namorada fez só pra mim!! — e assistindo novela.

tô pra vir dar um abraço em vocês. ando me sentindo meio longe de mim mesma, não sei se vocês sabem a sensação — uma moleza no corpo que tem a ver com esse calorão maluco, mas também tem a ver com a falta de propósito, ou mais ou menos isso. sinto falta de falar, mas sinto mais falta ainda de ouvir, eu acho; sinto falta de ter conversas existenciais que não fazem sentido. sinto falta de me sentir encaixada no meu próprio corpo, na minha cabeça, no que eu entendo como eu, e sair dessa experiência extracorpórea que já dura tempo demais.

ando obcecada por five nights at freddy’s. não faço a menor ideia do porquê, já que tenho pavor de jogos de terror, mas tenho que admitir que toda a história que cerca o jogo é fascinante.

talvez eu só tenha que vir aqui e dizer as coisas de uma vez, sem deixar tudo pra um futuro que acaba virando futuro do pretérito, né?

© arantchans • template por Maira Gall, modificado por mim.