esses dias têm sido bem, bem difíceis pra mim.
veja bem, não é que não estejam acontecendo coisas maravilhosas — eu fiz um curso lindo nesse fim de semana, comecei a estudar espanhol com uma das minhas amigas mais queridas como professora, consegui uma vaga num curso de quadrinhos autobiográficos, tenho conseguido me manter estável e produtiva no trabalho... eu diria que as coisas vão bem. mas o problema não são as coisas que vão bem, e sim as coisas que não estão bem.
eu me pego sentindo saudades de coisas que quero, mas não posso ter; com aquela vontade de dizer que amei isso, adorei aquilo, detestei aquilo outro e acho que você vai gostar disso aqui, mas sem um interlocutor ali pra responder ao que eu digo. logo, minha vida, em certos aspectos, se tornou um monólogo. e que dor é existir em monólogo com tanta gente à minha volta!
eu sou uma pessoa social; já me considerei introvertida, mas a verdade é que as pessoas que amo e por quem tenho apreço me trazem energia, vontade de viver, sorrisos e risadas quando poucas outras coisas são capazes. quando me sinto mal e o sentimento autodestrutivo bate com força, minha vontade é sair de todos os lugares porque eu preciso sofrer, mas não aguento mais falar que estou sofrendo — um paradoxo que eu tento entender até hoje —, mas, ao mesmo tempo, a distância do mundo me murcha. a falta de amor me desbota.
nos últimos dias, eu venho descobrindo pedras preciosas em uma mina que eu acreditei que estivesse há muito abandonada: a existência (e resistência) dos blogs pessoais na internet. agora eu já bato com a mão na testa e digo meu deus, que burra, é claro que ainda ia ter gente escrevendo por aqui!, mas no início fiquei maravilhada, como se fosse impossível.
(sigo maravilhada, obviamente, mas agora já sabendo que não é tão impossível assim)
eu tenho recebido tantos abraços em forma de escritos-encontrados-por-aí que é quase difícil escrever a respeito: escritos sobre perda, sobre a mente, sobre tristeza, felicidade. escritos sobre pequenas coisas do dia-a-dia que me fizeram sorrir e comentar, e descobrir que eu também podia fazer parte outra vez. escritos sobre leituras do mês, empolgação e decepção e, por vezes, o registro de uma desesperança que vai servir, no futuro, pra provar que tudo passa. tudo passa.
eu queria poder realmente abraçar e agradecer a cada palavra que tem ajudado a tornar minha mente menos confusas e meus dias menos caóticos, porque, em parte, é isso que tem ajudado a manter minha sanidade. eu queria poder listá-los um a um, mas — que sorte a minha! — o número aumenta a cada dia.
se um conjunto improvável de pessoas que se entendem na internet existe, ainda bem que existe.
ainda bem que existe.
Tenho um blog pra poder compartilhar experiências e pra reclamar, porque não conheço ninguém na vida real com quem eu queira falar sobre as coisas que falo no blog, e outras redes sociais (tipo twitter e instagram) parecem muito impessoais pra mim. O povo tá ali para conseguir seguidores, mas não querem interagir com esses seguidores de fato.
ResponderExcluirAh! Tteokbokki é muito apimentado, sim, mddc falta um pouco de tomate naquele molho kkkk
ter blog pra reclamar é tudo de bom — às vezes a gente só quer falar um negócio, mas não necessariamente pra alguém, hahaha.
Excluirai, o sofrimento de quem não se dá bem com comida apimentada. só queria ter resistência pra apreciar a culinária coreana.....
Estamos vivendo em um tempo tão diferente, que as vezes também não me sinto bem e nem sei o porquê.
ResponderExcluirE ultimamente conheci vários blogs legais também, é muito bom ler relatos do cotidiano e saber que ainda existem pessoas que escrevem sem se preocupar com curtidas e número de seguidores.
é gostoso demais ler coisas que as pessoas escreveram só porque queriam escrever. é sincero e eu me sinto menos sozinha no mundo quando leio algo que descreve como eu me sinto, também ♡
Excluiroie! cheguei no seu blog através de um comentário que você deixou no meu e, depois de ler esse texto que disse tanta coisa que eu nem sabia que também queria dizer, preciso dizer algumas coisas, hahaha.
ResponderExcluir1) O SEU LAYOUT MUDA DE COR, QUE PERFEITO!!! nunca tinha visto isso e tô en-can-ta-da!
2) a blogsfera e os blogs pessoais e as pessoas que ainda escrevem blogs "diários" têm sido minha salvação em tantos momentos. conheci pessoas incríveis aqui e já fui abraçada por diversos textos. você descreveu o sentimento, é exatamente isso. no meio de todo caos e coisas ruins, esse lado da internet é um abraço. eu fiquei emocionada real, porque é tão maravilhoso ver essa blogagem intimista resistindo.
3) eu cheguei no seu blog porque você visitou o meu e me deparei com esse texto sobre como essa troca é maravilhosa, justamente depois de acontecer essa troca, hahaha, não sei se deu pra entender, mas enfim... maravilhoso!
eu amei demais seu cantinho, já vai pra lista dos favoritos. um beijo!
1) SIM ELE MUDAAA!! eu sofri pra fazer dar certo hahaha ♡
Excluir2) ai, simmm ;_; eu me sinto rodeada de pessoas queridas!!
3) hahaha somos o exemplo real ♡ beijocas!
aaaaa! sim, me senti assim como voce por um tempo e me senti pronta pra voltar e escrever um pouco sobre a minha vida, botar pra fora, sabe? não com o intuito de ter leitores fieis comentando na velocidade da luz como uns anos atrás, mas, de certa forma, mesmo que não comentem. mas que leiam e se identifiquem, vejam que certas coisas, momentos... são comuns, todos passam por isso. cada um tem seu jeito de lidar com x situação e eu vejo isso como algo único e sempre quero estar por dentro, pois de uma maneira ou de outra acaba nos ajudando.
ResponderExcluirsim! o negócio é colocar pra fora. se alguém ler e se identificar, ótimo. se não, ótimo também!
Excluirsua escrita é feito abraço e é um abraço muito bom. não sou maluquinha de desperdiçar e ler tudo de uma vez, vou de pouquinho em pouquinho pra durar mais <3
ResponderExcluirnicoleeeeeeee ;_; às vezes eu venho aqui e leio seus comentários e tenho que me segurar pra não ficar toda sbnlafnçkmfçalfmasfç SEI LÁ. meu deus. <3
Excluirando me sentindo tãããão sozinha ultimamente. passo o dia todo só, porque ainda não tenho recomendação médica para voltar a trabalhar (surtos), e me pego falando comigo mesma enquanto faço meu almoço, lavo a louça ou cuido da gata. "mas nani, a gata não te faz companhia?" a gata está numa fase de quase 30 em que precisa provar pra si mesma que é independente, então eu respeito o espaço dela. li na revista crescer.
ResponderExcluiracho que quando tudo voltar ao normal e eu puder interagir normalmente com pessoas, terei vários ataques de ansiedade de ver as coisas "saindo do eixo". sei lá. minha mente funciona assim.
beijos, nani.
amiga, eu adoro falar sozinha — principalmente em outras línguas, porque parece que é mais fácil inventar alguma situação maluca. não substitui a companhia de outra pessoa, mas é bom ouvir nossa voz, né? uma outra coisa que eu gosto de fazer é ouvir um podcast que, pra mim, é quase como conversar com outra pessoa (e esse pra mim é o da lorelay fox. eu também adoro ouvir o respondendo em voz alta, mas não me sinto falando com alguém, hahaha).
Excluirver outras pessoas faz tanta falta :^(
a gata maluca!! meu deus!! fiquei rindo um bocado, confesso, mas com a mão na consciência. espero que seja mais tranquilo do que você imagina quando puder voltar a interagir, mas vamos naquela: um passo de cada vez, e a gente resolve os problemas quando (e se) eles vierem.
te amo, amiga! beijos <3